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Suspensão de primeira testemunha não muda nada, diz Jucá

25/08/2016 17h06

Brasília - Um dos principais aliados do presidente em exercício, Michel Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) já está cantando vitória sobre o resultado do processo do impeachment. No primeiro dia do julgamento que definirá se a presidente afastada Dilma Rousseff cometeu ou não crime de responsabilidade, Jucá afirmou que "o jogo já está definido". Segundo o senador, o número de votos contra Dilma aumenta a cada votação no Senado.

"O jogo está definido com a consciência do povo brasileiro. A cada votação, ampliamos a vantagem e o número dos parlamentares que apoiam o impeachment é maior. Os senadores representam os seus Estados e sabem o que pensam, que querem a saída de Dilma. Nós vamos ter no final um resultado exemplar mostrando que o Brasil quer mudar, que queremos um Brasil diferente desse que o PT deixou", afirmou.

Jucá acusou a oposição de manobrar para procrastinar o processo de votação. "É natural que quem sabe que vai perder tente fazer catimba, faz parte, mas vamos sair vitoriosos", disse. "A tática dos petistas é de quem trocou de marqueteiro. Depois de perder o João Santana (publicitário preso na Operação Lava Jato), contrataram um uruguaio. E aí querem brigar, jogar para a torcida. Não querem jogar, querem fazer catimba", ironizou.

Ele negou que a suspensão da primeira testemunha de acusação, o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas, Júlio Marcelo, represente uma derrota para os governistas. "A acusação não perde, não muda nada. De um jeito ou de outro, a testemunha já falou na comissão", avaliou. Jucá não soube informar se a acusação pedirá a suspensão de testemunhas da defesa, como adiantou a senadora Simone Tebet (PMDB-MS).

Ao ser indagado sobre o possível racha na base aliada de Temer, Jucá brincou. "Não existe racha entre PMDB e PSDB, somos 'BFFS', Best Friends Forever (em tradução literal, melhores amigos para sempre)." O senador também fez avaliações positivas sobre o período de interinidade de Temer na presidência. "A DRU foi uma vitória do governo da racionalidade. Não é apenas uma vitória do governo, e sim do Congresso Nacional."