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Barbosa não reconhece erros e nem faz mea culpa sobre economia, diz Aécio

De Brasília

27/08/2016 13h48

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou que o ex-ministro Nelson Barbosa, que está depondo neste sábado (27) na sessão do impeachment no Senado, não reconhece erros e nem faz mea culpa sobre a atual situação econômica do país. Aécio disse ainda que desde 2013 foram feitos vários alertas de diversas instituições de que era necessário haver uma mudança de rumo na política econômica por conta do alertado risco de o País perder o grau de investimento.

"Eu pergunto em que monta o acúmulo dos passivos bilionários do Tesouro Nacional perante os bancos públicos teve influência na perda de grau de investimento do país que já se anunciava", perguntou Aécio.

Barbosa disse que o senador tucano parece não ter acompanhado o debate político em 2015. "Eu e o ministro (Joaquim) Levy deixamos claro que era necessário fazer correções em vários programas que não eram mais sustentáveis", disse. O ex-ministro de Dilma disse ainda que sempre se pautou pela transparência. "O senhor pode chamar isso de mea culpa, mas o fato é que em 2015 foram feitos várias medidas para adequar a administração fiscal brasileira a nova conjuntura", afirmou.

Barbosa rechaçou a ideia de que o reconhecimento do passivo do Tesouro tenha sido responsável pelo downgrade da nota de crédito do Brasil. "O reconhecimento do passivo foi em dezembro, e correspondia a 1% do PIB. O primeiro downgrade foi em outubro e ocorreu pelo fato de que o governo não ia fazer a meta, por conta da queda de arrecadação. O reconhecimento do passivo não teve efeito, pelo contrário, aumentou a transparência", disse Barbosa.

O ex-ministro disse que sempre defendeu que os passivos foram pagos. "Sempre defendi que se adotasse a meta mais transparente possível e assim eu o fiz", diz.

Aécio, em sua tréplica, questionou Barbosa se equipe econômica de Dilma adiou medidas por conta das eleições de 2014, quando ele foi derrotado pela petista no segundo turno. Barbosa, então, disse que apesar de ter sempre defendido a revisão da meta e desta decisão ter sido tomada tardiamente, sente-se honrado por participar do governo. "Me sinto honrado por participar de um governo que foi eleito quatro vezes e que fez muitas melhorias no País", afirmou.