Dilma 'desmontou o golpe', diz Lindbergh
Alguns convidados da acusação que assistiam à cena, em sua maioria representantes de movimentos sociais, reagiram com vaias e gritaram palavras como "golpistas", porém o ato não diminuiu a animação da oposição, que avaliou o interrogatório como muito positivo para Dilma.
Para o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a sessão de hoje foi "um massacre" contra o impeachment e Dilma "desmontou o golpe" com as suas falas. "Saio daqui com a alma lavada", declarou. Segundo ele, os aliados da presidente ainda estão conversando com parlamentares para tentar reverter votos.
"A gente ainda não jogou a toalha, sabemos que é difícil e que todos estão conversando com os dois lados, mas o jogo ainda pode virar", disse Lindbergh. Ele afirmou que há um grupo de seis senadores que sinalizou que pode mudar de voto, porém eles só farão isso com a garantia de que todos votarão juntos.
Advogado da defesa, José Eduardo Cardozo considerou que Dilma se apresentou com a clareza de uma chefe de Estado acusada injustamente. "Dilma foi absolutamente correta nas declarações e não se furtou a responder nenhuma pergunta", disse.
Segundo Cardozo, não se pode afastar uma presidente por pretextos tão frágeis quanto os da acusação. "Se for uma situação de razoabilidade, o depoimento de Dilma altera todos os votos, mas há componentes que fogem à justiça, prova disso é que esse processo chegou até aqui. (...) Será uma pena o País sofrer essa violência."
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, anunciou que a sessão desta terça-feira, 31, começará às 10h. Já há cerca de 60 senadores inscritos para falar, por no máximo dez minutos. Além deles, defesa e acusação possuem, no total, até cinco horas para exposições. A expectativa é de que a votação final da denúncia ocorra na manhã da quarta-feira, 31.
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