Fórum onde pai e filho morreram ficará fechado até a próxima semana
Os bloqueios estão sendo instalados após um caso de homicídio seguido de suicídio ocorrido na manhã de segunda, 29. Na ocasião, um homem saltou do 17º andar do edifício com o filho de 4 anos nos braços. Os dois morreram no local.
Segundo a portaria, estão suspensos nesse período os prazos processuais, exceto o Processo Judicial Eletrônico, e as audiências.
O TRT-2 chegou a anunciar que o expediente no Fórum Ruy Barbosa seria retomado normalmente nesta quarta-feira, 31, mas um protesto de juízes e servidores por mais segurança no edifício fez com que elas acontecessem apenas parcialmente. Ao todo, 90 varas funcionam no fórum.
O ato público foi organizado pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 2ª Região (Amatra-2) e pelo Sindicato dos Servidores da Justiça do Trabalho (Sintrajud). Nele, os trabalhadores decidiram manter a suspensão. Segundo argumentam, há risco para integridade física e psíquica das pessoas no local, uma vez que as mortes ocorrem no saguão do prédio.
Também foi relatado no protesto que equipes de manutenção não haviam concluído as obras de isolamento provisório em áreas de risco. As entidades reivindicam instalação de redes, em vez de madeiramento, para evitar novos casos no prédio. Segundo a Amatra-2, os orçamentos estão sendo elaborados e serão apresentados à administração do TRT-2. A presidência do fórum, contudo, já afirmou anteriormente que as redes são cinco vezes mais caras e que passa por problemas financeiros.
Em carta aberta, o Sintrajud afirma que houve cinco mortes no prédio em menos de dois anos. O caso mais recente havia sido registrado em março deste ano.
"Desde o primeiro acontecimento, trabalhadores deste fórum, advogados e magistrados, cobraram providências da direção do tribunal, exigindo que o prédio fosse adaptado de modo a evitar novos episódios", diz a carta.
O comunicado da presidência, publicado na terça, também nega que haja problema de segurança e afirma que o prédio já cumpria todas as normas exigidas. "Não nos cabe fazer análise simplista das motivações dos protagonistas da ocorrência, eis que o suicídio nunca está associado a fator único", diz.
"Infelizmente, (o Fórum Ruy Barbosa) se consolidou no circuito dos locais em que os suicidas fazem seu último ato de desespero, sua manifestação pública."
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