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Para Moraes, denúncia de Calero contra Temer não configura irregularidade

Pedro Ladeira/Folhapress
Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Em Brasília

25/11/2016 15h21Atualizada em 25/11/2016 15h57

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, considera que a denúncia do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero contra o presidente Michel Temer não configura nenhuma irregularidade. Moraes defendeu que a conversa entre Temer e Calero foi "absolutamente normal".

Em depoimento à Polícia Federal, Calero disse que Temer o pressionou para atender a um pedido pessoal de Geddel Vieira Lima, que pediu nesta sexta-feira (25) demissão do cargo de ministro da Secretaria de Governo. Ele afirmou que o presidente pediu que o processo fosse encaminhado à Advocacia-Geral da União porque a ministra Grace Mendonça teria uma "solução" para o caso.

"Temer simplesmente indicou a Calero que, se achasse o caso, consultasse a AGU. Tanto que o próprio ministro entendeu por bem não consultar a AGU. Esse é o papel constitucional da AGU. Nem houve a consulta, o que demonstra que foi uma conversa absolutamente normal", declarou Moraes.

Moraes disse que a PF tomou todas as medidas legais e que agora caberá ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidir se "vai insistir" no pedido de abertura do inquérito.

Sobre a possibilidade de Temer ter sido gravado por Calero, Moraes disse que o episódio terá que ser analisado. "O processo está sob sigilo. Os boatos sobre se há ou não gravações serão apurados para verificar em que condições foram feitas [as gravações], se é que foram feitas."

Moraes não quis comentar o pedido de demissão de Geddel. "Não cabe a um ministro de Estado comentar a decisão de outro ministro do presidente da República", respondeu.