Marinha intercepta barco com jornalistas perto de área onde Temer passa férias

Uma equipe da Marinha do Brasil interrompeu na manhã desta sexta-feira (30) o trabalho de cobertura jornalística da visita do presidente Michel Temer à Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro. Os marinheiros abordaram e escoltaram para longe da área onde está o presidente uma lancha alugada por equipes de reportagem para tentar registrar a presença de Temer. Ele passa o fim do ano em uma instalação militar na região.
Os militares submeteram o barco a uma vistoria rigorosa e alegaram que faltava o Documento de Identificação da Embarcação (DIE), que teria sido esquecido pelo tripulante. Os jornalistas foram deixados em um ponto distante, que inviabiliza o trabalho de reportagem, enquanto o barco foi levado à delegacia da Capitania dos Portos, supostamente para ter regularizada sua situação. Até o início da tarde, não voltara.
A lancha era ocupada por profissionais dos jornais "O Estado de S. Paulo", "Folha de S.Paulo", "O Globo" e da TV Bandeirantes. Além da documentação, foram checados coletes salva-vidas, luzes e extintores de incêndio.
O procedimento é parte do esquema de segurança na área, comandando pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência por causa da presença do presidente. Foi a segunda abordagem ao barco em dois dias.
Na anterior, um militar afirmara que não seria possível ficar a qualquer distância da Marambaia. Os jornalistas presenciaram na quinta-feira (28) outra vistoria, de um barco com uma família que procurava uma ilha e ignorava a presença de Temer. A lancha foi checada, e seus ocupantes, orientados a se afastar.
Temer desembarcou na Ilha da Marambaia, no extremo oeste da Restinga, na tarde de ontem com a mulher, Marcela, e o filho Michel, vindo de Brasília. A viagem foi cercada de segredo.
Funciona na região o Centro de Adestramento da Ilha da Marambaia (Cadim), e também há um hotel de trânsito da Marinha. A região já recebeu outros presidentes: Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. O esquema de segurança de Temer, porém, parece ser o mais rigoroso.
Enquanto os militares faziam a vistoria do barco com os jornalistas, um grupo passeava à beira da praia na ilha. À distância, não era possível identificar se era a família do presidente. Temer teria pedido que sua privacidade fosse garantida.
A região, na Costa Verde fluminense, é um destino turístico muito apreciado por sua beleza. Como a Restinga é controlada por militares e de acesso restrito a seus familiares e convidados, está muito preservada.
A Marambaia já foi objeto de disputa entre a Marinha e uma comunidade de pescadores e remanescentes de um quilombo, que acusavam os militares de quererem expulsá-los ilegalmente e de forma arbitrária. No fim de 2014, um acordo encerrou o conflito.
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