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Moradores da Grande SP reclamam de 'pedágio' nos terminais de ônibus

Peter Leone - 5.nov.2014/Futura Press/Estadão Conteúdo
Imagem: Peter Leone - 5.nov.2014/Futura Press/Estadão Conteúdo

Em São Paulo

05/01/2017 20h02

Horas após ter sido anunciada a cobrança de R$ 1 para mudar de plataforma em terminais da região metropolitana de São Paulo, a vendedora Cimara Leite, de 35 anos, já tinha feito as contas de cabeça: só com o "pedágio", por mês, cada usuário pode gastar na ida e na volta cerca de R$ 60. "Por dia, vamos gastar quase o valor de uma caixa de leite que poderia comprar para o meu filho", diz ela, que mora em Diadema. Passageiros da região metropolitana, como a Cimara, consideram "absurda" a taxa em tempos de crise econômica e desemprego.

Também indignado com o valor do "pedágio", o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), protestou nesta quinta-feira (5) na entrada do terminal da cidade, bloqueando a passagem de ônibus por quase cinco horas com o carro oficial da Prefeitura. Michels afirma que não foi informado sobre a cobrança e se manifestou para chamar atenção dos passageiros. O prefeito se reunirá nesta sexta (6) com o governo estadual para tratar do assunto, com a participação de representantes da sociedade civil.

Em nota, a prefeitura de Diadema afirmou que "por volta das 11h desta quinta-feira (05/01), foi realizado ato contra a decisão de cobrança de R$1, por parte da EMTU, para quem utilizar os terminais de Diadema e Piraporinha em linhas intermunicipais. O prefeito Lauro Michels participou da manifestação junto com os moradores da cidade".

O auxiliar de produção Carlos Alexandre de Oliveira, de 33 anos, mora em Diadema e trabalha na capital paulista. Por dia, ele estima gastar R$ 12 em deslocamentos no transporte público e agora, com a nova taxa e o aumento da passagem, teme desestabilizar o orçamento familiar. "É errado fazerem isso agora, nas condições de crise em que o País vive. O salário não condiz. Vai pesar no bolso", queixa-se. Oliveira critica ainda a qualidade do transporte, que não acompanha os reajustes tarifários. "O ônibus demora muito e está sempre lotado", diz.