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Para adversários, operação da PF deve enfraquecer candidatura de irmão de Geddel

Adversários acreditam que Lúcio Vieira Lima (à frente, de óculos) pode ser atingido pela operação que investiga seu irmão, Geddel (ao centro) - Facebook/Divulgação
Adversários acreditam que Lúcio Vieira Lima (à frente, de óculos) pode ser atingido pela operação que investiga seu irmão, Geddel (ao centro) Imagem: Facebook/Divulgação

Em Brasília

13/01/2017 18h32

Grupos adversários e até aliados do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) apostam que a operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (13) deve enfraquecê-lo na disputa pela 1ª vice-presidência da Câmara no início de fevereiro deste ano. Nos bastidores, esses parlamentares avaliam que a operação pode ter desdobramentos nas próximas semanas que atinjam diretamente o parlamentar baiano, tornando sua candidatura inviável.

A PF deflagrou a Operação "Cui Bono?" hoje para apurar suposto esquema de fraudes na Caixa Econômica. O irmão de Lúcio, o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), foi um dos principais alvos. A única citação a Lúcio foi em pedido feito por investigadores à Justiça de autorização para busca e apreensão de documentos no apartamento funcional onde ele mora na capital federal e Geddel morou quando era ministro. A solicitação foi negada pela 10ª Vara Federal de Brasília, por ele ter foro privilegiado.

Operação da Polícia Federal mira ex-ministro de Temer Geddel Vieira Lima

AFP

Lúcio disputa a indicação para 1ª vice-presidência da Câmara com pelo menos outros quatro deputados do PMDB: José Priante (PA), Elcione Barbalho (PA), João Arruda (PR) e Osmar Serráglio (PR). O cargo - o mais cobiçado hoje depois da presidência da Casa - caberá ao PMDB, porque o partido tem a maior bancada da Câmara, com 64 deputados. Lúcio e Priante eram, até ontem, considerados os favoritos.

A avaliação de parlamentares ouvidos pela reportagem é de que a operação da PF deflagrada nesta sexta-feira deve ter desdobramentos nas próximas semanas, justamente quando a campanha para as eleições da Mesa Diretora se intensificarão. Caso Lúcio seja atingido diretamente, eles avaliam que o peemedebista baiano ficará desgastado não só na bancada do PMDB, mas perante deputados de outros partidos.

Defesa

À reportagem, Lúcio diz estar tranquilo com as investigações da Polícia Federal. O deputado baiano afirmou que a busca e apreensão em seu apartamento funcional foi pedida à Justiça pelos investigadores apenas porque ele dividia a moradia com o irmão. "O que adversários falam não me preocupa, até porque isso demonstra que a minha candidatura é a favorita. Tomo isso como reconhecimento da força da minha candidatura", afirmou.

O deputado baiano afirmou que continua candidato e que a receptividade a sua candidatura continua sendo "a melhor possível". "Não enfraquece em nada minha candidatura. Continuo candidato e não parei um minuto de pedir voto", declarou. "Estou colocando à disposição da Câmara meu perfil, minha disposição, minha atuação, no momento em que a Casa precisa de gente que tenha coragem para fazer enfrentamentos que recuperem a autoestima da Casa", acrescentou.