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Maranhão admite equívoco ao anular impeachment e quer disputar Senado em 2018

Waldir Maranhão (PP-MA) no plenário da Câmara - Luis Macedo - 5.jul.2016/Câmara dos Deputados
Waldir Maranhão (PP-MA) no plenário da Câmara Imagem: Luis Macedo - 5.jul.2016/Câmara dos Deputados

De Brasília

17/01/2017 16h10

Primeiro vice-presidência da Câmara, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) admitiu pela primeira vez, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, que cometeu um "equívoco" ao anular a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2015. Prestes a deixar o cargo na Mesa Diretora após um conturbado mandato, ele diz que seu foco agora será viabilizar sua candidatura ao Senado em 2018.

"Dei minha contribuição ao Parlamento, ainda que tenha cometido equívocos", disse Maranhão. Na avaliação dele, o principal erro foi ter anulado, em 9 de maio do ano passado, a votação da Câmara do dia 17 de abril que aprovou o impeachment de Dilma por 367 votos a 137. "Foi um equívoco do ponto de vista político, jamais do ponto de vista jurídico", disse o deputado, que acabou revogando a anulação um dia depois, após pressão política.

O 1º vice-presidente da Câmara avaliou que errou politicamente, porque sua decisão foi contra o que a maioria da Casa queria. "Fiz por convicção política, para o momento. Mas a Casa queria o impeachment. Fui contra de início (revogar a anulação), mas depois acatei o que a Casa queria", afirmou. "A política é feita pelo fato e tempo. O fato foi a minha decisão. E o tempo vai mostrar que o País saiu da crise", acrescentou.

Maranhão reconheceu que foi alvo de muitas críticas de outros parlamentares por atitudes como a anulação da votação do impeachment, mas acredita que, passado o tempo, as pessoas o entenderam. "Muitos dos que me criticaram hoje convivem comigo e conhecem minha índole. Sou produto do povo, sobretudo, do povo mais pobre", disse o parlamentar maranhense.

Quando assumiu interinamente a presidência da Câmara, após o afastamento do hoje deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em 5 de maio de 2015, Maranhão enfrentou resistência e protestos de integrantes vários partidos, que o acusavam de não ter condições de comandar a Casa. A questão só foi resolvida após a renúncia de Cunha e a eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para presidência da Câmara.

Senado

Investigado pela Operação Lava Jato, o deputado do PP diz que vai trabalhar para se eleger senador pelo Maranhão em 2018 na chapa do governador Flávio Dino (PCdoB), que tentará reeleição. "A minha disposição é essa: disputar o Senado. Vou tentar mostrar que sou viável na base", disse. A vaga foi prometida por Dino em troca do voto do parlamentar contra o impeachment de Dilma Rousseff.

Na eleição de 2018, quando duas vagas para o Senado estarão em disputa, Maranhão deve ter como adversários a ex-governadora Roseana Sarney (PMDB), filha do ex-presidente José Sarney (PMDB), o ex-governador José Reinaldo (PSB) e o algum indicado do senador Edison Lobão (PMDB), que não deve disputar reeleição. Outro adversário deve ser o senador João Alberto (PMDB), que pretende tentar se reeleger.