Minas já tem 25 óbitos pela doença
Até anteontem, a pasta registrava 23 mortes e 34 casos confirmados. Por segurança, o governo também decidiu fechar, temporariamente, os parques do Rio Doce e da Serra do Brigadeiro, no sudoeste do Estado, nas áreas de contágio, a cerca de 250 quilômetros de Belo Horizonte. A ideia é evitar o contato de visitantes com mosquitos.
No Espírito Santo, o número de casos suspeitos subiu ontem para 11, segundo o governo capixaba - o último balanço do Ministério da Saúde, anteontem, era de 8 casos. Nenhum foi confirmado. Após receber 500 mil doses de vacina nesta semana, o Espírito Santo pediu ao governo federal outras 500 mil doses.
Drama
Uma das vítimas da febre amarela em Minas, o serralheiro Silvano Rosemberg Schirmer, de 57 anos, foi enterrado ontem em Ladainha, no Vale do Mucuri, a 515 quilômetros de Belo Horizonte. Apesar de serralheiro, Schirmer vinha fazendo bicos como trabalhador rural e tinha por hábito pescar em um rio que corta a região. Segundo seu sobrinho, Silvano de Oliveira, o tio chegou a tomar a vacina contra a doença. Mas a imunização só veio após ter sido contaminado, conforme suspeita a família.
"Há uns dez dias ele, depois de voltar da zona rural, contou ter encontrado um macaco morto no caminho. Prometeu que iria ao posto de saúde tomar a vacina e foi. Mas estava muito cheio e não quis esperar", conta o parente, de 38 anos, administrador de um sítio na região.
Depois, ele passou a reclamar de dores de cabeça. "Tomou a vacina, mas acho que já era tarde demais", acrescentou Oliveira. Schirmer morreu em Teófilo Otoni, para onde foi transferido quando ficou com provado o quadro de febre amarela.
Divorciado, ele deixa uma filha. O sobrinho correu para se precaver. "Eu mesmo não sei onde coloquei o meu cartão de vacinação, mas fui ao posto e já estou imunizado", diz. Com cerca de 17 mil habitantes, Ladainha tem o maior número de mortes confirmadas em Minas: oito, quase um terço das 25 no Estado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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