Topo

Mortes violentas no Espírito Santo sobem para 95

Homem atira pedra em supermercado em Vitória na madrugada de terça-feira - AP Photo/Diego Herculano/7.fev.2017
Homem atira pedra em supermercado em Vitória na madrugada de terça-feira Imagem: AP Photo/Diego Herculano/7.fev.2017

08/02/2017 13h13Atualizada em 08/02/2017 15h03

Rio - O número de mortes violentas na Grande Vitória subiu para 95 nesta quarta-feira, 8. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo, Jorge Leal.

Segundo ele, as planilhas deixaram de ser atualizadas nesta manhã. "Estou recebendo a informação de policiais de que houve a determinação para que parassem de atualizar os dados. Não foi uma ordem explícita, mas uma ordem velada que partiu do governo. Estamos tentando obter os dados extraoficialmente", afirmou Leal.

Ainda de acordo com o presidente do sindicato, 60 carros foram roubados ou furtados até o meio-dia desta terça-feira. Na véspera, tinham sido 200. A média diária para o Estado é de 20 veículos roubados.

Leal está no velório do investigador Mário Marcelo Albuquerque, morto nesta terça-feira, em Colatina, noroeste do Espírito Santo. Ele e um colega chegavam à localidade de Baunilha, quando viram um homem sofrendo assalto. Albuquerque reagiu e foi atingido. A região de Colatina também está sem policiamento por causa do motim da PM.

"A culpa não é da paralisação dos policiais militares, mas dessa política do governo, de não valorizar a Segurança Pública. As polícias estão sucateadas, não temos policiais suficientes e o governo não concede nem o direito trabalhista que é a recomposição salarial. Estamos sem aumento salarial há sete anos, e há quatro não temos nem sequer o reajuste da inflação. Isso gerou esse clima de insegurança. É uma tragédia anunciada e o governador não dialoga", afirmou Leal.

Outro lado

Até o momento, o governo não divulgou um balanço oficial do número de mortes ou de ocorrências desde o início da crise de segurança no Estado capixaba.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, a contabilização do número de mortes demanda um procedimento que ainda não foi finalizado.

Em relação à acusação de que o Estado teria pedido informalmente que os dados não fossem registrados, a assessoria respondeu que o DML (Departamento Médico Legal) "está funcionando normalmente" --ou seja, realizando o devido registro.