'Não acho nada sobre a lista do Janot porque não sei o que tem nela', diz Serraglio
O novo titular do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou em discurso na cerimônia de transmissão de cargo que não tem informações sobre a lista de políticos envolvidos na delação da Odebrecht e que não há nenhuma possibilidade de interferir no andamento das investigações relacionadas à Lava Jato. "Não acho nada sobre a lista do Janot porque não sei o que tem nela", afirmou.
Em seu discurso, Serraglio quis explicar uma resposta que havia dado a jornalistas minutos antes durante sua posse no Palácio do Planalto. Lá, indagado sobre os preparativos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para a lista de nomes que serão investigados com base no acordo da Odebrecht, Serraglio afirmou que queria ver antes a "Lista de Schindler", em alusão ao filme sobre o holocausto.
Ainda segundo o novo ministro, a ordem do presidente Temer é que não haja interferência na Lava Jato. "O presidente disse para que não tenhamos minimamente a possibilidade de interferência em algo conduzido pelo Ministério Publico e pela Justiça", explicou.
O deputado federal, que foi relator da CPI do Mensalão, aproveitou a entrevista concedida após assumir o cargo para garantir a permanência do atual diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, no cargo. "O Daiello só não permanece se não quiser", afirmou.
Para Serraglio, a PF traz orgulho aos brasileiros ao realizar operações que visam "passar o Brasil a limpo". "Nós é que não iremos atrapalhar esse trabalho profícuo", completou.
Questionado sobre a necessidade de afastamento de ministros investigados na Lava Jato, Serraglio disse que essa opinião quem deve apresentar é o presidente da República, o responsável por conduzir toda a equipe do governo.
Continuidade
Serraglio garantiu também que dará prosseguimento a implementação do Plano Nacional de Segurança Pública apresentado pelo seu antecessor, o agora ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. De acordo com o novo ministro, mesmo com a troca de nomes "há uma bússola, uma estrutura a ser cumprida" para dar continuidade a propostas que não são de pessoas, mas sim da gestão do presidente Michel Temer.
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