Gleisi diz que Lava Jato está desestruturando a política e critica Doria
Em discurso no plenário, a líder do PT no Senado, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que a Operação Lava Jato está "desestruturando" a política e dará lugar a aventureiros na eleição de 2018. Gleisi criticou o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), considerado um possível adversário do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2018.
"Doria antipolítico? Que fofo isso. É filiado ao PSDB desde 2001 e não é político? Vai ter a cara de pau de dizer que Lula não pode presidir o Brasil? Em 2018, teremos de um lado os donos do capital e do outro lado o povo brigando pelos seus direitos. Eu estarei ao lado do povo brasileiro lutando por seus direitos", disse. Ela defendeu que "só o voto cura" e que é preciso antecipar as eleições.
Citada nas delações da Odebrecht e alvo de novo inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), Gleisi destacou que, independente do que falem ou de como a classifiquem, subirá à tribuna todos os dias para defender "os interesses" do seu Estado. Nas planilhas da Odebrecht, Gleisi recebeu o codinome de "amante" e é acusada de ter recebido R$ 5 milhões para a campanha de 2014.
Gleisi considera que a lista do ministro do STF Edson Fachin, divulgada na semana passada, tem sido usada para generalizações. A senadora afirmou ainda que nada pediu à Odebrecht e que provará sua inocência, mas admitiu que enfrentará um processo demorado e que somente a menção a seu nome na lista já equivale a uma condenação sob os olhos da opinião pública.
"Não estou preocupada com a eleição individual deste ou daquele, nem com a minha, e sim com o sistema democrático brasileiro, que nós não podemos jogar na lata do lixo. Não podemos jogar a criança com a água suja da bacia. Não podemos fazer isso. Nós lutamos muito para chegar a um processo democrático, e agora nós temos que ajudar a resolver essa situação."
A parlamentar já é ré na Lava Jato junto com seu marido, o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro pelo suposto recebimento de doação ilegal de R$ 1 milhão para a campanha ao Senado em 2010. No ano passado, Paulo Bernardo chegou a ser preso em Brasília, mas foi solto cerca de uma semana depois.
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