Voto distrital é resposta para conectar eleitores e eleitos, diz Chequer
Segundo ele, essas mudanças motivariam o maior protagonismo das ideologias dos partidos e o engajamento dos militantes nas campanhas e na política brasileira. O líder do movimento, um dos que esteve à frente das manifestações pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e de apoio à Operação Lava Jato, afirmou que os assuntos mais importantes para a renovação política de 2018 não estão sendo discutidos pela comissão especial da reforma política da Câmara dos Deputados.
"O que os congressistas têm na cabeça hoje, a pauta é de autopreservação, manutenção para continuar com foro privilegiado e serem reeleitos em 2018", disse Chequer. Ele opinou que o principal foco da comissão, o voto em lista fechada, visa apenas o aumento da arrecadação de dinheiro pelo Fundo Partidário.
O fim das coligações é necessário para acabar com o processo existente hoje que mata a ideologia partidária, quando o eleitor vota em um candidato e elege outros totalmente desconectados determinado partido, afirmou. Além disso, Chequer disse que, com o fim do financiamento privado de campanhas, o dinheiro para bancar as candidaturas vai ter de vir da militância.
O estabelecimento de uma cláusula de barreira é outro ponto fundamental, defendeu. "Menos partidos geram eficiência, escassez gera eficiência e abundância gera incompetência", disse. Também é necessário discutir a possibilidade de permitir candidaturas independentes, sem filiação partidária, para tirar o controle político das agremiações.
O voto distrital, na opinião dele, é a resposta para conectar eleitores a seus representantes eleitos. Ele defende que seja colocada em votação a proposta de estabelecer o modelo já para as eleições de 2018 em municípios com mais de 200 mil habitantes. "Há estudos que dizem que o voto distrital reduz em cinco vezes o custo das campanhas. Se querem aprovar a lista fechada para baratear as campanhas, por que então não aprovam o voto distrital?", questionou.
Outras questões que precisam ser discutidas, pontuou, são o fim da reeleição e do voto obrigatório, embora o líder tenha dito que não tem opiniões fechadas sobre esses itens.
Risco
Se não houver renovação política em 2018, as reformas feitas pelo presidente Michel Temer ficarão sob o risco de serem diluídas, disse o representante do Vem pra Rua. "Se não discutirmos renovação política para 2018, a partir de 2019 as reformas vão começar a ser diluídas. A primeira que vai diluída é a do teto de gastos", disse.
Na visão dele, um governo populista pode ser eleito em 2018 e, com a reforma previdenciária feita de forma desajustada, haverá o discurso de aumentar os gastos com a justificativa de não comprometer setores como saúde e educação.
O Vem pra Rua vai começar a fazer discussões públicas para debater reforma política e outros temas e apresentar uma agenda para os candidatos em 2018, afirmou, e assim colocar no governo e nos cargos legislativos apenas "quem merece".
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