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Sabesp flagra furto de água em barracão de escola de samba campeã de 2016 em SP

Império de Casa Verde foi campeã do grupo especial em SP nos carnavais de 2005, 2006 e 2016. Neste ano, ela ficou em 4º lugar - Amanda Perobelli/UOL
Império de Casa Verde foi campeã do grupo especial em SP nos carnavais de 2005, 2006 e 2016. Neste ano, ela ficou em 4º lugar Imagem: Amanda Perobelli/UOL

Fabio Leite

12/05/2017 18h33

A operação caça-fraude da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) flagrou nesta sexta-feira (12) um furto de água no barracão da escola de samba Império de Casa Verde, na zona norte da capital paulista. A estimativa é de que tenham sido furtados cerca de um milhão de litros de água em um ano.

Com o apoio da polícia, técnicos da estatal detectaram uma ligação clandestina sem hidrômetro (aparelho que mede o consumo de água) que abastecia o barracão da escola e mais oito residências ao lado, na Rua Brazelisa Alves de Carvalho, próximo ao sambódromo do Anhembi, zona norte.

Segundo a estatal, um funcionário do barracão e uma representante dos moradores das casas vizinhas foram encaminhados ao 13º Distrito Policial (Casa Verde), para registro de boletim de ocorrência por furto. O volume de água furtado seria o suficiente para abastecer 8 mil pessoas em um dia.

Este não foi o primeiro flagrante de furto de água envolvendo a Império de Casa Verde. Em agosto de 2014, durante a pior crise hídrica da história de São Paulo, a Polícia Civil prendeu um representante da agremiação acusado de fraudar a medição de consumo de água usando um fio de arame em outro endereço da escola, também na Casa Verde.

Nenhum representante da agremiação foi localizado pela reportagem nesta sexta-feira.

Obra

Na última quarta-feira (10), a operação caça-fraude da Sabesp flagrou fraude semelhante na construção de um prédio residencial da construtora Brookfield no bairro da Liberdade, região central de São Paulo. O furto de água estimado pela estatal foi de 79 mil litros desviados por mês, volume suficiente para abastecer 20 pessoas no período.

O engenheiro responsável pela obra foi levado ao 6º Distrito Policial (Cambuci) pelo crime de furto. Segundo a Sabesp, a construtora deverá realizar o pagamento retroativo pela água consumida. A obra ainda não tem consumo medido pelo hidrômetro e a água desviada era usada para a construção dos apartamentos. A reportagem não conseguiu contato com a Brookfield.

Segundo a Sabesp, além de prejuízo financeiro, esse tipo de fraude aumenta o índice de desperdício de água potável tratada pela companhia para consumo da população. A estatal argumenta que é comum entre os fraudadores deixar torneiras abertas e não consertar vazamentos, já que eles não pagam nenhuma fatura.

Quando as fraudes são descobertas, os proprietários ou representantes dos imóveis são convocados para prestar esclarecimentos à polícia, que abre inquérito para investigar os responsáveis pelo furto de água, que pode render de um a quatro anos de reclusão.

Somente em 2016, a operação caça-fraude da Sabesp detectou 25 mil fraudes em ligações de água em São Paulo, que corresponderam a cerca de 3,8 bilhões de litros furtados em um ano. O número de casos é 31% maior do que o registrado pela companhia em 2015, quando 19 mil fraudes foram flagradas e 3,7 bilhões de litros foram furtados.