Ministro da Justiça nega ter falado sobre delação da JBS com Fachin
O ministro teria garantido ao magistrado que, se "sempre que for necessário", haverá remanejamento de recursos para a PF. A reunião teria sido marcada porque, no fim de semana, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que Polícia Federal, subordinada à pasta, reduziu a equipe destacada para a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, e contingenciou 44% do orçamento de custeio previsto para 2017.
No site do STF, a agenda de Fachin registra que o motivo da audiência seria a petição número 7003, que trata da delação dos empresários do grupo J&F. Após o encontro, o gabinete de Fachin afirmou que a reunião tratou de "funções e trabalhos da Polícia Federal".
Delação
Na documentação entregue em seu acordo de colaboração sobre os políticos de 28 partidos que teriam recebido propina, o diretor de relações Institucionais da J&F Ricardo Saud elenca um repasse de R$ 200 mil para Serraglio. Até o momento, porém, o ministro da Justiça não é investigado nos inquéritos abertos após a colaboração dos executivos do grupo.
Ele é citado também em um diálogo entre o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e Joesley Batista, um dos donos da JBS. Na conversa, Aécio diz que o presidente Michel Temer 'errou' ao nomear o peemedebista para o Ministério da Justiça e o classifica com palavras chulas.
A indicação de Serraglio para o Ministério da Justiça resultou na ida de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para a Câmara dos Deputados. Flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil, Rocha Loures é apontado por Joesley Batista como o interlocutor indicado por Temer para tratar de temas de interesse da empresa.
O ministro da Justiça já apareceu em outra operação da Polícia Federal que teve a JBS como alvo. Na Carne Fraca, Serraglio aparece em interceptações telefônicas com o fiscal agropecuário acusado de liderar um suposto grupo criminoso que atuava na fiscalização de grandes frigoríficos. O ministro nega todas as acusações.
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