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Deputados do PMDB negam sondagem para assumir ministério e "ajudar" Loures

Promoção de algum deputado do PMDB do Paraná ao ministério de Temer voltaria a dar foro privilegiado a Rodrigo Rocha Loures, que está sendo investigado em inquérito no STF - Brizza Cavalcante/Câmara dos Deputados
Promoção de algum deputado do PMDB do Paraná ao ministério de Temer voltaria a dar foro privilegiado a Rodrigo Rocha Loures, que está sendo investigado em inquérito no STF Imagem: Brizza Cavalcante/Câmara dos Deputados

Valmar Hupsel Filho

São Paulo

30/05/2017 15h32

Dois dos três deputados que a bancada do PMDB do Paraná tem hoje na Câmara disseram, ao menos publicamente, que não foram sondados pelo Palácio do Planalto para assumir um ministério. Questionados se aceitariam a proposta, caso a recebessem, os deputados João Arruda e Sérgio Souza negaram veementemente.

"Não fui contatado e não aceitaria se recebesse o convite. Não é o momento. Não nessas circunstâncias, para proteger alguém", disse Arruda. "Ninguém falou sobre isso comigo", disse Souza. A reportagem não conseguiu contato com o deputado Hermes Parcianello.

A hipótese de que o presidente Michel Temer poderia nomear como ministro outro deputado do Paraná passou a ser ventilada na manhã desta terça-feira (30), quando o ex-ministro da Justiça, Osmar Serraglio, demitido do ministério da Justiça no fim de semana, afirmou não aceitar ser transferido para a pasta da Transparência.

Quando assumiu a Justiça, Serraglio, que é deputado federal pelo PMDB-PR, deu lugar - e foro privilegiado - ao suplente Rodrigo Rocha Loures, um dos principais auxiliares de Temer. Ao retornar para a Câmara, Serraglio assume a quarta vaga que o PMDB-PR possui na Casa e, como consequência, Rocha Loures volta a ser suplente e perde o foro privilegiado.

Filmado pela polícia federal saindo de um pizzaria com uma mala que, conforme os investigadores, conteria R$ 500 mil frutos de propinas pagas pela JBS, Rocha Loures foi afastado do cargo de deputado no último dia 18 e teve pedido de prisão expedido pela Procuradoria-Geral da República. O pedido foi negado pelo Supremo Tribunal Federal.

O inquérito do qual é alvo, no entanto, pode continuar no Supremo Tribunal Federal porque os crimes que lhe são atribuídos estão ligado a pessoas com foro, no caso o presidente Michel Temer.

Rocha Loures só seria investigado em primeira instância se houvesse desmembramento do processo que corre no STF ou se for aberta uma nova investigação sem que haja políticos com foro como alvo.

O ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, disse nesta terça-feira, 30, que Temer e Rocha Loures permanecem no mesmo inquérito.