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Mudança de presidente poderia até ter impacto positivo, diz economista do Santander

Aline Bronzati*

Boadilla

07/07/2017 11h15Atualizada em 07/07/2017 12h30

Uma eventual mudança de presidente no Brasil pode impactar a atividade do país até mesmo de forma positiva neste ano e no próximo dependendo de como seja feita, afirmou o economista chefe do Santander Brasil, Mauricio Molon. "Esse tipo de coisa depende de como é feito, qual vai ser o apoio, a diretriz, a fórmula. Então, o que colocamos como mais provável é que seguirá havendo dificuldades para a aprovação de reformas", avaliou ele, durante o último dia do XVI Encontro Santander América Latina, evento organizado pelo banco.

De acordo com Molon, se o País passar por uma mudança de presidente com apoio ainda maior e uma convicção de capacidade de articulação ainda maior, pode ser positiva para o mercado e para a recuperação da economia. "Esse tipo de coisa pode tomar várias formas, mas se de repente começamos a criar um consenso até o segundo semestre de que tem um executivo com capacidade, vontade e habilidade para fazer as reformas mais rápido que se esperava, (a troca de presidente) teria impacto positivo", detalhou o economista.

Ele disse que o mercado trabalha com um entendimento semelhante ao do Santander de que o ambiente político atual não permite um otimismo quanto à aprovação das reformas, exceto a do trabalho. Acrescentou que, por ora, o Santander segue mantendo suas projeções para o desempenho da economia brasileira que deve crescer 0,7% neste ano e 3,0% em 2018.

"A reforma da previdência é muito difícil e exige muito consenso. Acredito que o mercado precifica o mesmo que nós que, no momento, parece que não há ambiente político para aprovar a reforma da previdência com rapidez", destacou Molon, que espera que a reforma da previdência fique para após as eleições de 2018.

Sobre o ambiente internacional, ele disse que está até mesmo melhor que o previsto, mas que há um pouco de cautela e preocupação com o crescimento da China que pode afetar commodities e também com o ciclo de normalização da política monetária nos Estados Unidos.

*A repórter viajou a convite do Santander Brasil