Planalto anuncia 800 homens para ajudar na segurança do Rio
Tânia Monteiro e Idiana Tomazelli
Brasília
20/07/2017 15h31
Em entrevista, após a reunião da qual participou o presidente Michel Temer, do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, avisou que "não há notícia bombástica a ser dada" e completou: "não queremos ações pirotécnicas ou midiáticas, mas de resultado".
Ao final do encontro Etchegoyen informou que está sendo executado o Plano Nacional de Segurança Pública, com ações de inteligência e a formação de um estado-maior conjunto das Forças Armadas para "se e quando houver necessidade", as tropas federais serem empregadas em "ações conjuntas, temporárias e pontuais", Disse, porém, que, neste momento, não há definição de emprego de militares das três Forças.
O Planalto não anunciou, mas o governo federal definiu com a área econômica que cerca de R$ 700 milhões serão desembolsados para apoiar o Rio de Janeiro. Os recursos não serão entregues para o governador do Rio porque há temor de que eles sejam destinados a outras atividades e serão desembolsados mês a mês, até o final do ano.
A verba irá diretamente para pagamento de insumos, como compra de munições para que a Polícia Militar do Estado possa atuar e garantir o trabalho das Polícias Rodoviária Federal (PRF), que controlarão as estradas para tentar coibir o contrabando de armas para o Estado. Também ajudará na permanência da Força Nacional de Segurança Pública até o final do ano.
O governador Pezão informou que o presidente Temer "determinou" que o ministro Dyogo de Oliveira, do Planejamento, se certifique que "não faltarão recursos à PRF no Rio". Na semana passada, a PRF distribuiu comunicado anunciando que estava reduzindo suas operações por falta de recursos.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que também participou do encontro, disse que nova reunião será realizada para discutir questões operacionais, provavelmente nesta sexta-feira, 21, e sem a presença de Temer, que estará em Mendoza (Argentina). Para o ministro, o Rio de Janeiro "terá o apoio integral e permanente das Forças Armadas, se necessário for".
O ministro Etchegoyen, por sua vez, após citar que o governo está concentrando seus esforços na redução da criminalidade, com ações que vem desde as fronteiras, lembrou que o plano de segurança pública "será de longo prazo, até o final deste governo, com operações de inteligência que buscam resultados efetivos".
"Todos os meios disponíveis da União, sejam de segurança pública, de inteligência, das Forças Armadas, estão à disposição desse esforço no Rio de Janeiro, como foi reiterado. Neste esforço, nós estaremos empenhados até o final do ano que vem". Em seguida, o ministro do GSI declarou que "já estão no Rio de Janeiro 620 homens da FNSP, e 380 homens da PRF também já chegaram", ao contrário do que informou Pezão, posteriormente.
Esses homens permanecerão no Rio até o final do ano que vem, segundo o governador. Na entrevista, o ministro do GSI reiterou que o governo "não está trabalhando com ocupações prolongadas, diárias e de interdições". E emendou: "estamos trabalhando com ações pontuais, que vão trazer os resultados que precisamos".
Segundo ele há "um esforço muito grande, com orçamento já definido pelo presidente, que permitirá até o final do ano prosseguimento desta operação nas condições acertadas hoje".
De acordo com Etchegoyen, "a palavra-chave da reunião de hoje, é a garantia da integração de todos os esforços, de todas as esferas da União, uma integração vertical e horizontal, com ações fortes na área de inteligência".
Para o governador do Rio, as ações da Polícia Rodoviária serão fundamentais "no combate à entrada de armas no Estado", o que ocorre pelas estradas federais. "Vamos ter resultados significativos", insistiu Pezão, após lembrar que o Rio não fabrica armamentos.
Mas o governador não detalhou como e nem quando as melhoras para a população virão. Pezão disse ainda que "o governo federal também contribuirá com recursos para ações sociais no Rio". Ele acrescentou que "ficou satisfeito" com a inclusão do Rio no Plano Nacional de Segurança Pública.