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Dallagnol atribui alta de impostos à irresponsabilidade fiscal e à corrupção

Procurador do MPF e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol - Fernando Frazão/Agência Brasil
Procurador do MPF e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil

Luiz Vassallo, Julia Affonso e Fausto Macedo

São Paulo

21/07/2017 15h07

O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, criticou, nesta sexta-feira (21), a declaração do presidente Michel Temer, na noite anterior, em viagem à Argentina, em que o peemedebista disse que "a população vai entender o aumento de impostos". Para o procurador da República, "é claro que os brasileiros vão compreender o aumento de impostos", já que "desviam R$ 200 bilhões por ano praticando corrupção".

Na quinta-feira (20), ao chegar em Mendoza, na Argentina, o presidente afirmou que a decisão anunciada pelo governo de anunciar aumento de PIS e Cofins para gasolina, diesel e etanol está em linha com a responsabilidade fiscal e será bem compreendida pela população.

"Vocês lembram que nós abandonamos logo no começo do governo a CPMF, algo que estava no horizonte de todos quando assumimos (…), mas agora levamos a efeito um pequeno aumento que diz respeito apenas ao combustível e não diz respeito ao serviço", afirmou. "A população vai compreender, porque esse é um governo que não mente", completou, ressaltando que é preciso dizer "exatamente o que está acontecendo".

Em resposta a Temer, em suas redes sociais, Dallagnol atribuiu o aumento de impostos à irresponsabilidade fiscal e à corrupção. "Desviam 200 bilhões (de reais) por ano praticando corrupção; deixam de aprovar no Congresso medidas anticorrupção; gastam mais do que devem, inclusive via emendas milionárias para parlamentares a fim de comprar o apoio parlamentar para livrar Temer da acusação legítima por corrupção; e agora querem colocar a conta disso tudo no nosso bolso, aumentando impostos."

O procurador da República ainda disse ser necessário "recuperar nossa dignidade". "Toda vez que eu for abastecer o carro, que eu pensar na saúde e educação pobres, que eu topar com buracos em estradas e infraestrutura precária que prejudica investimentos, vou lembrar disso tudo. E em 2018 vou mostrar toda a minha compreensão do que está acontecendo e dar minha resposta contra os corruptos, como cidadão, nas urnas."