Janot pede novo inquérito contra Fernando Bezerra Coelho no caso Odebrecht
O senador já é investigado no âmbito da delação da Odebrecht em um outro inquérito, que apura as suspeitas de que o parlamentar recebeu uma soma de R$ 200 mil não contabilizados na campanha eleitoral de 2010. O dinheiro teria sido pago em duas parcelas, por meio do Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, conhecido como o departamento de propina da empreiteira.
No pedido encaminhado ao ministro Edson Fachin, do STF, na segunda-feira, 24, Janot menciona outras suspeitas, levantadas pelos executivos Carlos Fernando do Vale Angeiras e João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, que firmaram acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.
De acordo com o procurador-geral da República, os dois delatores afirmaram que, durante a execução das obras do Cais V e do Píer Petroleiro no Porto de Suape, o senador Fernando Bezerra Coelho e o então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, "foram beneficiados por propina paga pelas empreiteiras Odebrecht, OAS e Andrade Gutierrez".
Ao pedir a instauração do novo inquérito, Janot também solicitou a realização de novos depoimentos dos delatores e que o senador seja ouvido para apresentar sua versão dos fatos.
O relator do processo é o ministro Edson Fachin, que deverá decidir se atende ou não o pedido de Janot a partir de agosto, quando o STF retoma os trabalhos.
Defesa
Procurada pela reportagem, a defesa do senador Fernando Bezerra Coelho informou em nota que "desconhece o teor do pedido da PGR". Segundo a defesa do senador, os conteúdos das delações "são absolutamente inverídicos".
"O senador sempre trabalhou, única e exclusivamente, pelo desenvolvimento do país e do Estado de Pernambuco, e está à disposição para esclarecer quaisquer questões no devido momento processual", diz a nota.
A nota também afirma que "todas as doações feitas à campanha dele cumpriram rigorosamente a legislação e todas as contas foram devidamente apresentadas e aprovadas pela Justiça Eleitoral".
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