Procurador diz que ministro da Justiça ainda não buscou saber de operações da PF
Thaís Barcellos e Elizabeth Lopes
São Paulo
27/07/2017 11h55Atualizada em 27/07/2017 13h33
Durante entrevista à imprensa sobre a 42ª fase da Lava Jato, que mira o ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, o procurador da República Athayde Ribeiro Costa fez críticas ao atual ministro da Justiça, Torquato Jardim, no que tange as operações.
Segundo ele, diferentemente do ex-ministro da pasta e atual ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, que disse que queria fortalecer a PF, Torquato Jardim não procurou a Polícia Federal para saber as condições do efetivo e também não perguntou se era suficiente o número de agentes.
"Essa é uma responsabilidade dele. A Lava Jato está no auge de sua maturidade. A força-tarefa é uma prioridade no MPF com o procurador-geral Rodrigo Janot e assim deve ser com a sucessora Raquel Dodge", disse Ribeiro Costa.
Já representantes da Polícia Federal na coletiva tentaram minimizar eventuais riscos à continuidade da operação na instituição. Rebateram afirmações de que houve o fim do grupo dedicado à Lava Jato na PF e redução do efetivo. Segundo eles, somente houve uma reorganização administrativa, que colocou a força-tarefa sob o guarda-chuva da Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas.
Respondendo pergunta da imprensa sobre o fato de o pedido à Justiça para expedição da operação ter sido realizado pelo MPF, quando costuma ser feito pela PF, o delegado Igor Romário de Paula disse que isso não é "relevante".
"É um trabalho conjunto. Há momentos em que o pedido é feito pelo MPF e outros em que é feito pela PF. Da mesma maneira, há períodos em que há mais de operação por semana e há outros períodos em que demora um mês ou dois por outra operação. Como disse o juiz Sergio Moro, isso não é seriado", disse, completando que as operações acontecem conforme as investigações vão evoluindo.