Topo

Corte de Orçamento deixará caminho livre para corrupção, dizem policiais federais

Federação Nacional dos Policiais Federais rebateu declarações do ministro Torquato Jardim (f) - Pedro Ladeira/Folhapress - 17.mar.2017
Federação Nacional dos Policiais Federais rebateu declarações do ministro Torquato Jardim (f) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress - 17.mar.2017

Leonencio Nossa

Brasília

28/07/2017 16h06Atualizada em 28/07/2017 17h02

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou nota nesta sexta-feira (28) para rebater declarações do ministro da Justiça, Torquato Jardim, que, em entrevista, avaliou que o contingenciamento de recursos não deve afetar o trabalho da Operação Lava Jato.

"A Fenapef entende que o corte nos recursos, que já se encontravam no limite, significa deixar o caminho livre para a ação de corruptos, organizações criminosas e de traficantes", destaca o comunicado.

Na nota, a Federação pede que o Ministério da Justiça reveja a questão. "O que tem que ser feito é otimizar os gastos, evitar desperdícios, dentro de um planejamento de gestão eficiente", cita a entidade no comunicado.

"A Federação vinha sentindo um movimento na construção de um discurso para justificar o estrangulamento de importantes operações da PF, incluindo a Lava Jato. O fim da força-tarefa, também com ar de medidas administrativas, reforçou as suspeitas", cita a nota que diz que ainda que "não se economiza em segurança pública". "O barato poderá sair muito mais caro".

Torquato: "não houve redução na Lava Jato"

O ministro da Justiça, Torquato Jardim, disse na quinta-feira (27) que as críticas, feitas em especial por setores do Ministério Público Federal, por um possível esvaziamento da Operação Lava Jato são "infundadas".

"O que ocorreu foi uma reestruturação administrativa interna da Polícia Federal", disse. "A Lava Jato está acontecendo em 16 capitais. Hoje, a Lava Jato é maior em Brasília que em Curitiba", completou. "É uma redistribuição de mão de obra e meios operacionais, que não significa diminuição da capacidade administrativa."

Em entrevista coletiva na sede do Ministério, Torquato Jardim afirmou que, à frente da pasta da Justiça e anteriormente no comando da Controladoria Geral da União (CGU), nunca fez críticas à operação. Ele afirmou que ações da Polícia Federal sofreram "contingenciamentos" de recursos, mas não cortes orçamentários. "Esses recursos estão sendo repostos dentro do possível", afirmou.