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PF realiza buscas na casa de Blairo Maggi em Brasília

Blairo Maggi (PP), ministro da Agricultura - Sergio Lima - 23.mai.13/Folhapress
Blairo Maggi (PP), ministro da Agricultura Imagem: Sergio Lima - 23.mai.13/Folhapress

Fausto Macedo e Julia Affonso

Em São Paulo

14/09/2017 08h28

A Polícia Federal (PF) faz buscas nesta quinta-feira (14) na casa do ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP), em Brasília. Investigado em inquérito perante o Supremo Tribunal Federal (STF) por organização criminosa, Blairo foi citado na delação premiada do ex-governador do Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB).

O pedido de busca é da PGR (Procuradoria-Geral da República) e foi autorizado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Fux. Na delação, Silval Barbosa confessou ter intermediado repasse de R$ 4 milhões, a pedido de Blairo e do ex-prefeito de Cuiabá Mauro Mendes ao deputado federal Carlos Bezerra, em 2008, com o fim de comprar apoio do PMDB nas eleições municipais. À época, segundo Barbosa, o partido teria declarado apoio ao adversário do aliado de Blairo. O ministro tem negado as acusações

O delator narrou que o então Secretário de Fazenda de Mato Grosso Eder Moraes foi designado a conseguir os valores para pagar Bezerra e que apresentou ao chefe da pasta o operador financeiro Júnior Mendonça, que teria conseguido R$ 3,3 milhões - "parte em cheque, parte em dinheiro".

Quando pediu a abertura de inquérito, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, atribuiu ao ministro da Agricultura "a função de liderança mais proeminente na organização criminosa" delatada por Silval Barbosa.

A delação de Silval foi gravada em áudio e vídeo pela Procuradoria-Geral da República. O delator entregou aos investigadores vídeos da farra da propina em Cuiabá. As imagens mostram políticos retirando mesadas milionárias das mãos de Silvio Cesar, ex-chefe de gabinete de Silval no Palácio Paiaguás.

O ex-governador afirma que o dinheiro que aparece nos vídeos era propina. Ele funcionaria como uma espécie de mesada para que os políticos apoiassem o governo, segundo afirmou como parte de sua delação premiada.

Ao menos nove políticos aparecem nas imagens, entre eles o deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), o prefeito de Cuiabá, Emmanuel Pinheiro (PMDB), a prefeita de Juara, Luciane Bezerra, os ex-deputados estaduais Alexandre César (PT), Antônio Azambuja e Hermínio Barreto (PR), entre outros.

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