Marcha pela Ciência reúne cerca de mil pessoas na Avenida Paulista
Giovana Girardi
São Paulo
08/10/2017 21h00
"Não estamos lutando por melhores salário, estamos lutando para poder trabalhar, para fazer ciência. Estamos lutando pelo Brasil", afirmou ao jornal "O Estado de S. Paulo", durante a manifestação, Helena Nader, ex-presidente da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC).
A manifestação, convocada pela entidade, juntamente com a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), reuniu professores, estudantes e simpatizantes de instituições como USP, Unicamp, Unesp, Instituto de Pesquisas Tecnológicas e PUC-SP, que partiram do Masp e marcharam por cerca de 1h40 pela avenida.
Com gritos de guerra como "sem ciência não tem futuro" e "1, 2, 3, 4, 5 mil, se corta a ciência não avança o Brasil", os manifestantes lembraram que sem ciência não há remédios - como viagra -, nem vacinas, e a agricultura não teria como avançar. Afirmaram que os cortes vão na contramão do que ocorre nos países desenvolvidos e também nos Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em frente ao escritório da Presidência da República, entoaram "Fora Temer" e lembraram ao presidente da carta enviada a ele por 23 prêmios Nobel. O documento, enviado no final de setembro, alertou o presidente de que os cortes orçamentários em Ciência e Tecnologia "comprometem seriamente o futuro do Brasil" e precisam ser revistos "antes que seja tarde demais".
Esta é a terceira vez que cientistas vão às ruas neste ano para pedir que parem os cortes no setor, mas pela primeira vez reuniu tantas pessoas. A chuva que estava prevista para esta tarde não ocorreu, e o público animado se misturou aos paulistanos já acostumados a tomarem a Paulista aos domingos.