Bretas manda Sérgio Cabral para presídio federal
A decisão de mudar Cabral de prisão ocorreu numa audiência marcada pela tensão entre o réu e Bretas. O juiz suspendeu a sessão por cinco minutos, depois que o ex-governador do Rio o acusou de procurar projeção pessoal.
"O sr. está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal me fazendo um calvário", disse Cabral. Ele soma mais de 70 anos de prisão, em três sentenças - duas de Bretas.
O juiz perguntou se a orientação para fazer essa pergunta teria sido do advogado Rodrigo Roca. O defensor de Cabral disse que a questão era uma "ofensa" e respondeu que não.
O magistrado também se irritou quando Cabral, ao dizer que comprou joias com dinheiro de caixa dois, mencionou que a família de Bretas trabalhava com a venda de bijouterias. Bretas reclamou de o ex-governador ter demonstrado conhecido sobre detalhes de familiares seus, o que pesou para que o pedido fosse feito e aceito quase imediatamente.
"Isso pode ser subentendido como ameaça. E a lei veda que o próprio acusado crie uma suspeição que não venha de orientação técnica", disse o juiz para Roca. "Isso vem de pessoa que está obviamente chateada por questões que lhe são contrárias", completou Bretas.
Antes da discussão mais fervorosa, Bretas havia perguntado se Cabral se sentia injustiçado e ele disse que "sem dúvida".
"Queira o senhor ou não, eu fui o líder deste Estado, eu realizei neste Estado, eu trabalhei nesse Estado", disse Cabral.
Bretas respondeu: "Mais uma vez, o senhor quer criar aquele discurso de injustiçado", afirmou.
Transferência
O procurador da República Sérgio Pinel pediu na tarde desta segunda-feira, 23, a transferência de Cabral para um presídio federal. Segundo ele, o ex-governador, que é interrogado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, demonstrou ter acesso a informações sigilosas, que não deveria conhecer.
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