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Barco é queimado em novo ataque a Instituto Chico Mendes e Ibama na Amazônia

Garimpeiros queimaram escritórios do Ibama, ICMBio e Incra em Humaitá, no sul do Amazonas, na sexta-feira (27) - Divulgação
Garimpeiros queimaram escritórios do Ibama, ICMBio e Incra em Humaitá, no sul do Amazonas, na sexta-feira (27) Imagem: Divulgação

Giovana Girardi

São Paulo

28/10/2017 21h12

Um barco do ICMBio (Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade) atracado próximo a Humaitá, no sul do Amazonas, foi incendiado na manhã deste sábado (28), no segundo ataque em dois dias contra órgãos ambientais do governo federal. De acordo com a assessoria de imprensa  do ICMBio, todas as equipes do órgão e do Ibama foram retiradas do local.

Na sexta-feira (27), no final da tarde, as sedes e carros do instituto e do Ibama foram incendiadas em retaliação à operação Ouro Fino, que combatia ao longo da semana o garimpo ilegal de ouro no Rio Madeira.

O secretário de Segurança do Amazonas, Bosco Saraiva, em entrevista para jornais locais, questionou a ação do Ibama e sugeriu que o ataque da população foi uma reação a isso. "Membros do Ibama teriam ateado fogo - portanto, extrapolado aquilo que era uma fiscalização - em balsas. Balsas inclusive que teriam residência sobre elas e teria afetado muitas famílias", disse.

À Agência Estado, Luciano Evaristo, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, justificou a ação. "O objetivo era apreender as balsas que estavam na Floresta Nacional de Humaitá, uma unidade de conservação, onde o garimpo é ilegal. Eram 39. Oito não conseguimos puxar, por problema no rebocador, e optamos por destruí-las. Mas estávamos levando 31, quando garimpeiros atacaram o rebocador, ameaçaram a tripulação. Ficamos com as balsas na nossa mão, à deriva dentro de área protegida, podendo contaminar o rio. Por isso a decisão foi fazer uma destruição cautelar."