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Motins em 34 cadeias de 7 Estados têm duas mortes; governos associam atos a facções

O presídio federal de Catanduvas (PR), em que protestos foram registrados - Almeida Rocha/Folhapress
O presídio federal de Catanduvas (PR), em que protestos foram registrados Imagem: Almeida Rocha/Folhapress

Bruno Ribeiro, Constança Rezende, Julio Cesar Lima e Fátima Lessa, especiais para AE

São Paulo

11/11/2017 07h59

Detentos de ao menos 34 presídios estaduais e federais, em sete Estados do país, promovem rebeliões e protestos com greve de fome. Governos dos Estados de Mato Grosso, Acre e Pará associam os atos a ordens de facções criminosas - os detentos reivindicam melhores condições de instalação. No caso mais grave, em Cascavel, no Paraná, dois presidiários foram assassinados.

Informações preliminares apontam que a rebelião teria sido motivada por brigas de facções criminosas dentro da Penitenciária Estadual de Cascavel. Ocupando o telhado do prédio, os detentos estenderam uma faixa com a sigla do Primeiro Comando da Capital (PCC). Depois de dois dias, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná confirmou na manhã deste sábado (11) o fim da rebelião.

Nos demais Estados, os protestos dos presidiários não resultaram em mortes. Detentos do Pará, do Acre, do Rio, de Mato Grosso, de Mato Grosso do Sul e do Rio Grande do Norte fazem greve de fome. Em todos os Estados, os governos locais afirmam que a alimentação continua a ser fornecida à população carcerária.

Segundo o Ministério da Justiça, há registro de protesto nos quatro presídios federais: Catanduvas (PR), Campo Grande (MS) e Mossoró (RN). Ao todo, 112 presos dessas unidades se recusam a receber alimentação. Somados, os presídios têm 379 detentos. "Eles dizem que procedem deste modo por serem contra a ‘opressão do sistema penitenciário federal’. Cabe ressaltar que os presos que estão no sistema penitenciário federal não sofrem nenhum tipo de opressão", diz o ministério.

Em Mato Grosso, 26 presos explodiram um muro e fugiram da penitenciária Major Eldo Sá Corrêa, a 218 quilômetros de Cuiabá, que vinha registrando greve de fome entre os detentos desde o início da semana. Segundo eles, faltam medicamentos, dentista e médicos especialistas principalmente para o tratamento de tuberculose.

Comando Vermelho

No Rio, a greve de fome atinge 12 presídios do Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, zona oeste. O protesto começou na quarta-feira. Os presos envolvidos no protesto ficam em espaços destinados a internos da facção Comando Vermelho (CV), maior facção criminosa fluminense.

O Acre tem uma unidade com detentos em greve de fome. É o Presídio Francisco D’Oliveira Conde, em Rio Branco. "A greve de fome está em consonância com a ordem que partiu de uma determinada organização criminosa que atua em todo País", diz o Instituto de Administração Penitenciária do Acre. Já o Pará tem 17 unidades, das 46 no Estado, em paralisação. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".