Tenho a sensação de alívio e de dever cumprido, diz Tasso
"Mostramos que tem gente diferente, não somos como o PSDB que ultimamente estava aparecendo na mídia. Existe ainda indignação com atitudes que não condizem com nossa história, o nosso princípio. Deu uma chacoalhada principalmente nos mais jovens", afirmou Tasso, em uma referência às suspeitas de corrupção envolvendo o senador Aécio Neves (PSDB-MG), presidente afastado do partido. Tasso comandou a sigla de forma interina de maio até o início do mês, após ser destituído pelo próprio Aécio.
Tasso e o governador de Goiás, Marconi Perillo, concordaram em desistir de disputar o comando do PSDB em favor do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que deve assumir a função no próximo dia 9, na convenção tucana.
"O governador tem a liderança, tem a autoridade e a habilidade necessárias para resolver os enormes problemas que o partido tem", disse Tasso. "As opiniões diferentes existem, mas ele (Alckmin) como ponto de união, vai ser capaz de convergir para uma solução."
Em mais uma referência a Aécio, o senador disse que a nova executiva da sigla, que será eleita no dia 9, tem que ter "cara limpa". "Tem que estar afinado com as propostas de Mário Covas, de Fernando Henrique e nossas."
Desembarque
Para Tasso, será natural que o partido desembarque do governo de Temer, como já indicou o governador paulista em entrevista nesta terça-feira. "Ficar ou não no governo é um detalhe dessa mudança que o partido tem que ter, de voltar aos seus princípios fundamentais", disse.
O afastamento, segundo o senador cearense, não deve ser um problema para que Alckmin consiga atrair partidos que hoje fazem parte da base de Temer para sua candidatura à Presidência. "Vai caber a ele construir essa aliança defendendo posições nítidas e claras, mas ele tem condições para fazer isso", disse Tasso.
Previdência
O senador disse ainda não acreditar que o governo consiga aprovar na Câmara o texto da reforma da Previdência neste ano. Segundo Tasso, o partido apoia as reformas, mas, da forma como o texto foi alterado, será preciso uma nova reforma caso essa entre em vigor.
"A reforma da Previdência é fundamental, sem ela o País quebra", disse. "Mas, com essa reforma que está ai, quem quer que seja o presidente em 2019, ele terá que votar uma nova reforma", afirmou.
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