Delator da J&F diz que nunca entregou dinheiro a Funaro e rebate versão sobre R$ 51 mi
O diretor jurídico da J&F Francisco de Assis e Silva rebateu nesta quarta-feira (29) a versão de Lúcio Funaro sobre as notas de R$ 51 milhões encontradas em um apartamento atribuído a Geddel e Lúcio Vieira Lima em Salvador, na operação Tesouro Perdido. O doleiro afirmou à PF (Polícia Federal) reconhecer uma marca do Banco Original, pertencente à holding, nos papéis que envolviam os maços de dinheiro. Já o delator da J&F diz nunca ter dado dinheiro a Funaro e também alega não reconhecer a tal marca no material usado para envolver as cédulas.
O depoimento de Funaro consta em relatório da PF que atribuiu lavagem de dinheiro e associação criminosa aos irmãos peemedebistas, a seus homens de confiança, Job Brandão e Gustavo Ferraz, e à matriarca da família, Marluce Vieira Lima.
Para a PF, as investigações sobre o apartamento em Salvador revelam indícios de corrupção passiva conexos com a Operação Cui Bono?, que investiga Geddel por desvios à época em que era vice-presidente da Caixa Econômica Federal.
Um dos depoimentos que embasaram a tese de que o dinheiro do apartamento tem origem ilícita é o de Funaro. Ao ser apresentado a fotos dos maços de dinheiro encontrados, ele disse reconhecer referências ao Banco Original do Agronegócio, da J&F.
"Lúcio Funaro informou que os valores envoltos em ligas, com um pedaço de papel onde havia impresso o valor constante do maço de dinheiro, era exatamente como retirava o dinheiro dos seus doleiros e repassava para Geddel", afirmou a PF no relatório.
O operador ainda "mencionou que o dinheiro envolto com cinta contendo a inscrição 'BOA' era na verdade uma referência ao Banco Original do Agronegócio". Segundo o relatório, Funaro disse que "sabia disso porque já teria recebido dinheiro da mesma maneira do diretor jurídico do Grupo J&F Investimentos, senhor Francisco de Assis, e na ocasião o alertou sobre a facilidade de rastreamento do dinheiro".
O diretor jurídico da J&F, no entanto, rebate a versão do delator e afirma que "refuta veementemente a versão de Lúcio Funaro de que teria dado dinheiro ao doleiro".
Ele também afirma que "desconhece que a inscrição BOA, numa cinta envolvendo dinheiro, se refira a Banco Original do Agronegócio, como Funaro disse em depoimento à Polícia Federal".
A reportagem entrou em contato com a defesa de Lúcio Funaro, mas ainda não obteve retorno.
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