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PF abre Caribdis e mira ex-governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho

Julia Affonso e Fausto Macedo

São Paulo

30/11/2017 14h58

A Superintendência Regional da Polícia Federal (PF) em Alagoas e o Ministério Público Federal (MPF) abriram nesta quinta-feira, 30, a Operação Caribdis. Dentre os investigados estão o ex-governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), seu secretário de Infraestrutura do Estado de Alagoas e também alvos ligados a empresas e órgãos públicos.

Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Federal de Alagoas, em Maceió, na área metropolitana da capital alagoana, além das cidades de Salvador, Limeira (SP) e Brasília.

A ação, de acordo com a PF, tem como objetivo complementar provas colhidas em inquérito policial instaurado para apurar a suposta prática dos crimes de fraude a licitação, desvio de verbas públicas (peculato), corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, todos relacionados à obra do Canal do Sertão Alagoano, mais especificamente os lotes números 3 e 4, ambos licitados pelo Governo do Estado de Alagoas (Secretaria de Infraestrutura) na gestão anterior, ilícitos que teriam ocorrido entre 2009 e 2014.

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a Polícia Federal a utilizar provas decorrentes de colaborações premiadas de pessoas relacionadas à Construtora Norberto Odebrecht no aludido procedimento investigativo. A elas se somaram relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), constatando sobrepreço em contrato firmado entre o Governo de Alagoas a referida empresa no montante de R$ 33.931.699,46.

Segundo a PF, a investigação apontou a existência de acordo de divisão de lotes da obra com a Construtora OAS.

Todo o material arrecadado será encaminhado à Superintendência da PF em Alagoas, onde será analisado. A soma das penas máximas atribuídas aos delitos citados pode chegar a 46 anos de prisão.

Defesa

Por meio de sua assessoria de imprensa, o ex-governador Teotônio Vilela Filho disse que vai se manifestar ainda na tarde desta quinta-feira.

Quando foi citado na delação da Odebrecht, o tucano se manifestou desta forma: "O ex-governador Teotônio Vilela Filho reafirma que em sua vida pública nunca negociou favores ou autorizou quem quer que seja a negociá-los em seu nome. Diz também que as doações para suas campanhas eleitorais sempre ocorreram de forma legal e todas declaradas à Justiça Eleitoral", escreveu sua assessoria.