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Lula diz em visita ao Comperj ser 'inaceitável' que unidade esteja parada

Lula participa de ato em frente à sede do Comperj, em Itaboraí (RJ) - Fábio Motta/Estadão Conteúdo
Lula participa de ato em frente à sede do Comperj, em Itaboraí (RJ) Imagem: Fábio Motta/Estadão Conteúdo

Roberta Jansen

Rio

07/12/2017 12h36

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou nesta quinta-feira (7) em frente ao Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), primeira atividade de seu terceiro dia em caravana no Rio de Janeiro. "O Comperj está fechado mas eu teimei de vir aqui porque queria fazer uma foto. É inaceitável que um país em meio a essa crise econômica e esse desemprego deixe parada uma obra dessa magnitude por irresponsabilidade de um governo."

Lula estava acompanhado do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e da deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Eles não tiveram autorização para entrar no Comperj, que estava cercado por policiais

"Eu vim até aqui para mostrar que isso não é correto", discursou Lula, apontando para as instalações fechadas. "Se estivesse produzindo, quanto imposto estaria sendo gerado, quantos empregos? Parada, ela só dá prejuízo e desespero. O Comperj chegou a gerar 20 mil empregos."

Lula voltou a criticar a Lava Jato, dizendo que a operação contribui para a crise no Brasil e no Rio. "O País só fala em corte de gastos e corrupção", afirmou. "Quem roubou tem que estar preso, mas as empresas não podem fechar."

O ex-presidente lembrou que a Petrobras já perdeu 197 mil postos de trabalho e a indústria naval, outros 50 mil. "Essa gente toda não roubou, essa gente foi roubada. O País só fala em corte de gastos e corrupção", afirmou. "Quem roubou tem que estar preso, mas as empresas não podem fechar.

Em julho, Lula foi condenado a nove anos e meio de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no chamado processo do tríplex do Guarujá (SP). A sentença foi dada pelo juiz Sergio Moro. Se a condenação for confirmada na segunda instância, no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), o ex-presidente pode ficar inelegível. A defesa de Lula diz que não há provas de que ele é culpado pelos crimes citados.

O tribunal não tem prazo para julgar o caso, mas estimativas com base no andamento de outros processos da Lava Jato apontam para uma decisão no primeiro semestre de 2018.