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'Estou ótimo, embora toda hora queiram me matar', diz Temer

5.jan.2018 - Temer em caminhada no Palácio do Jaburu, sua residência oficial em Brasília - MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
5.jan.2018 - Temer em caminhada no Palácio do Jaburu, sua residência oficial em Brasília Imagem: MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Eliane Cantanhêde

Brasília

11/01/2018 11h05

Meio sério, meio de brincadeira, o presidente Michel Temer (PMDB) reclamou das versões pessimistas sobre sua saúde: "Passei por três cirurgias, tive infecção no fim do ano e nem pude passar quatro dias na praia, como gostaria, mas estou ótimo. Embora toda hora alguém queira me matar. Uns por vontade mesmo, outros por desinformação".

Outro trauma de Temer é ter sido atacado até por velhos amigos durante as duas denúncias do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que poderiam ter-lhe custado o mandato. "Eles me conhecem a vida toda, sabem que não tenho lanchas, jatos, fazendas, nada disso. E permitem que me chamem de ladrão? É muito duro conviver com isso."

Ele se defendeu da acusação de viver aos solavancos, de recuo em recuo, e se concentrou na notícia de que o governo mudaria a chamada "regra de ouro", que impede emissão de dívida para arcar com despesas correntes. Diz que foi surpreendido pela notícia na imprensa, chamou os ministros da área econômica para se informar e mandou suspender o debate: "Todo esforço do meu governo é recuperar a economia. Como vou chegar a Davos tendo de explicar que querem flexibilizar justamente as regras de responsabilidade fiscal?"

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Seu plano para o último ano de mandato é, além de aprovar a reforma da Previdência, "continuar com as medidas que tomamos para recuperar o país, não só no Congresso, mas também por decisões administrativas". No fim, o sonho de amenizar o "presidencialismo de coalizão", que deixa os presidentes reféns de partidos e de pressões populistas. A forma será um projeto de "semipresidencialismo", mas "isso fica para adiante".

Temer acha que a Lava Jato praticamente esgotou o que tinha de fazer e elogiou a decisão do diretor da Polícia Federal, Fernando Segovia, de concluir até dezembro investigações sobre políticos com foro no Supremo: "Isso é ótimo. Tira o peso das pessoas". As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".