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Duvido que exista neste País um magistrado mais honesto do que eu, diz Lula

Julia Lindner e Renan Truffi, enviados especiais

Porto Alegre

23/01/2018 20h46

Um dia antes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) julgar seu recurso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou seu discurso afirmando que não falaria sobre caso do triplex do Guarujá, pois já provou sua inocência. Ele não evitou, no entanto, uma provocação ao Judiciário: "Duvido que exista nesse País um magistrado mais honesto do que eu".

Com discurso de candidato, Lula disse que em fevereiro voltará a Porto Alegre para fazer uma "caravana". "Só uma coisa vai me tirar do que eu estou fazendo, é o dia que eu não estiver mais aqui", declarou. Ele disse ainda que "não existe partido político melhor do que o PT" e que acredita que "a esquerda vai se unir em torno de um projeto para recuperar o País".

Lula também avaliou que o mercado "tem medo" de sua candidatura. "Eu não sei se é medo do Lula voltar em 2018; se for medo, é bom. O mercado tem medo do Lula, mas eu não preciso do mercado, eu preciso de empreendedores, de empresas produtivas, de agricultores familiares", declarou.

Durante ato promovido pelo PT e movimentos sociais, nesta terça-feira, 23, Lula focou sua fala em críticas ao governo do presidente Michel Temer e lamentou os "desmontes" feitos no País nos últimos meses, citando propostas como as reformas previdenciária e trabalhista. O petista garantiu, no entanto, que o País "vai voltar" a crescer e garantir a soberania nacional.

"Eles inventaram uma doença grave, que se chamava PT e Dilma (Rousseff). Eles inventaram uma doença, deram uma anestesia e contaram mentiras. A gente continuou anestesiado e agora estamos acordando. Mas a doença que eles estavam tentando criar foi substituída por uma pior", afirmou.

Lula disse que está vendo o País ser "destruído" e que o governo vende uma "falsa estabilidade". "Penso que eles estão destruindo o País e nós não estamos reagindo com a mesma força."

Para o petista, a elite brasileira trata educação como gasto, mas o candidato que se comprometer com a questão vai ganhar a próxima eleição. Ele prometeu que, se for eleito presidente novamente, vai editar uma medida provisória para proibir que educação seja tratada como gasto.