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Para Tião Viana, desembargadores negam autoridade do eleitor

André Ítalo Rocha, Thais Barcellos e Vera Rosa

São Paulo

25/01/2018 13h04

O governador do Acre, Tião Viana (PT), afirmou nesta quinta-feira, 25, que os desembargadores que condenaram em segunda instância o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negam a autoridade do "maior magistrado do Brasil, que é o eleitor brasileiro". "O eleitor vai decidir por Lula nas urnas", afirmou, durante reunião do Diretório Nacional do PT em São Paulo, nesta quinta-feira, 25.

Viana disse que a condenação de Lula não é um ato isolado na história do Brasil. "Fizeram assim com o Getulio Vargas e com o Juscelino Kubitscheck", disse o governador acreano. "O que foi feito com Lula foi um atentado", disse. "A Constituição foi rasgada e violentada", afirmou.

Também presente na reunião, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que o impeachment não foi só para destituir o seu governo, mas parte de um "golpe" para destruir o PT. Mas, completou ela, o "problema" foi que o PT sobreviveu.

"Esse golpe foi dado para destruir o adversário. Mas tem um problema: Nós não fomos destruídos, sobrevivemos aos 'pixulecos' e aos 'patos amarelos'. Sobrevivemos à destruição do meu mandato porque lutamos. Sobrevivemos à tentativa clara de destruir o presidente Lula como líder popular nesse País."

Segundo Dilma, a sobrevivência do PT fica clara com o crescimento da popularidade do partido para 26%, enquanto "os partidos golpistas" têm menos de 1%.

Dilma ainda lembrou que a Lei da Ficha Limpa, que pode impugnar a candidatura do ex-presidente Lula depois da confirmação da condenação no caso do tríplex do Guarujá, foi assinada em seu governo. Ela sugeriu que a estratégia do combate à corrupção está sendo usada como mais uma ferramenta para acabar com o PT.

Quadro de Dilma no gabinete

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), contou que o quadro da ex-presidente Dilma Rousseff ainda está exposto no seu gabinete e no gabinete de todas as secretarias do Estado. "É a foto de quem foi eleito pelo voto popular", disse o petista, durante a reunião do Diretório Nacional do partido.

O evento foi convocado para o PT lançar a pré-candidatura de Lula à Presidência da República, um dia depois de o ex-presidente ter sido condenado em segunda instância pela Justiça.

Em seu discurso, o governador baiano disse que, neste momento, a serenidade do ex-presidente é mais importante do que nunca e chegou a comparar a atual situação política à febre amarela. "Assim como precisamos vacinar as pessoas contra a febre amarela, temos de vacinar o povo contra o ódio", disse.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), também discursou no evento e afirmou que Lula é a esperança do povo para resgatar conquistas sociais. "Tenho absoluta certeza que nada, absolutamente nada, apagará o brilho da história do nosso querido presidente Lula", disse.