Brasil quer proteger 1 milhão de km2 de oceano
Apesar do isolamento geográfico, as ilhas sofrem com impactos da pesca, poluição e mineração. Tratam-se de ambientes únicos, com formações geológicas diferenciadas e repletos de espécies endêmicas, que não existem em nenhum outro lugar do mundo.
Com a medida, o País garantirá com dois anos de antecedência o cumprimento da chamada Meta de Aichi, um compromisso internacional que demanda a proteção de ao menos 10% do território marinho de todas as nações até 2020. Hoje, essa cobertura no Brasil é de apenas 1,5%. Com as novas áreas protegidas, saltará para 25%.
"É uma mudança de escala nos nossos esforços de proteção marinha", disse o secretário de Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente, José Pedro de Oliveira Costa. "O mundo está se voltando para o mar, e nós queremos nos voltar também", destacou, citando iniciativas semelhantes por parte de países como Chile, Inglaterra e México.
As propostas foram abertas para consulta pública nesta semana, no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), como exige a lei. Audiências públicas estão marcadas para o início de fevereiro, no Recife (PE) e em Vitória (ES); e a expectativa é de que as unidades sejam criadas já em março. "Está tudo muito bem encaminhado", garante Costa. A proposta tem apoio do Ministério da Defesa e da Marinha, que possui bases de operação nos dois locais.
Rochedo
O Arquipélago de São Pedro e São Paulo (ASPSP) é um afloramento de rochas nuas que se erguem do assoalho marinho a mais de mil quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte, 630 km além de Fernando de Noronha.
A Marinha mantém uma pequena base na ilha principal desde 1998, como forma de garantir a soberania do País sobre o território. A proposta é transformar toda a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) do arquipélago em uma Área de Proteção Ambiental (APA), de 430 mil km², na qual a pesca e outras atividades terão de obedecer a regras de sustentabilidade. Uma área mais próxima às ilhas, de 140 km², que já é APA, seria reclassificada como Monumento Natural (Mona), com regras mais rígidas de proteção - incluindo a proibição da pesca.
"A área do arquipélago é muito pequena, então qualquer pesca lá pode ter um impacto enorme no ecossistema todo", diz o pesquisador Ronaldo Francini Filho, da Universidade Federal da Paraíba.
Cordilheira
A Cadeia Vitória-Trindade (CVT) é uma cordilheira de ilhas e montes submarinos que se estende por mais de mil quilômetros desde a costa do Espírito Santo até a Ilha da Trindade e o Arquipélago Martin Vaz. Nesse caso, há três propostas na mesa, todas incluindo a criação de uma grande APA redonda, de 472 mil km², centrada na Ilha da Trindade, mais uma ou duas áreas protegidas menores, classificadas como Monumento Natural, ao redor de ilhas e montes específicos.
"Nosso foco é no topo dos montes submarinos, que são os ambientes mais sensíveis e de maior biodiversidade", diz o pesquisador Hudson Pinheiro, da Academia de Ciências da Califórnia, que elaborou um diagnóstico da proposta para o ICMBio. "São ecossistemas únicos, que precisam ser protegidos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.