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Temer diz esperar aprovar reforma em "fevereiro, março"

Daniel Weterman

São Paulo

30/01/2018 00h15

O presidente Michel Temer (MDB) disse, em entrevista ao apresentador Ratinho, no SBT, que espera aprovar a reforma da Previdência "em fevereiro, março". Na sequência das participações em programas populares para angariar apoio às mudanças no sistema de aposentadorias do País, foi a primeira vez que o presidente citou o mês de março dentro do prazo para votar a emenda da Previdência na Câmara. Mesmo assim, ele reforçou que o ideal é aprovar a proposta no mês que vem.

"Não podemos passar do mês de fevereiro. Temos que aprová-la em fevereiro, março", afirmou o presidente. A participação foi gravada no último dia 18 e exibida na noite desta segunda-feira, 29. "Nós estamos contando votos, evidentemente, mas os votos estão crescendo e nós vamos aprová-la, se Deus quiser, em fevereiro", ressaltou.

Temer disse que a demora em aprovar a reforma prejudica a economia do País. "Aprovando a reforma, nós vamos melhorar a economia." O presidente afirmou que a aprovação do texto deve, ainda, mexer na nota de crédito do Brasil, recentemente rebaixada pela agência S&P Global. "Se aprovar a reforma, muda completamente", citou.

Apoio. Assim como falou ao apresentador Silvio Santos, em entrevista exibida na noite de domingo, 28, Temer afirmou que o apoio popular à reforma da Previdência precisa aumentar para que o governo atinja os votos 308 necessários para a votação proposta na Câmara.

O presidente chegou a pedir para que os espectadores mandassem cartas aos parlamentares. "Mandem carta para deputado, senador, mostrando que é fundamental até para aposentadoria deles próprios, de quem mandar a carta", disse Temer, destacando que o parlamentar vai "ressoar" e "ecoar" a vontade popular. "Se o povo estiver de acordo, ele (o parlamentar) se sente confortável para votar."

Respondendo a perguntas gravadas por pessoas na rua, Temer negou que quem já esteja aposentado ou próximo de se aposentar vai ficar sem o benefício. Também ressaltou que os privilégios vão acabar e o sistema ficará equilibrado entre os setores público e privado, com a efetivação das mudanças. "Nenhum privilégio. Vai ter igualdade", declarou o presidente.

Ações. Sobre os grandes devedores da Previdência, Temer garantiu que a Advocacia-Geral da União está movendo ações contra todos eles. Ele rebateu a crítica de que a simples cobrança das dívidas resolve o déficit do sistema. "Se não fizer (a reforma) agora, daqui dois, três anos, no máximo, vamos ter que fazer uma reforma radical que vai prejudicar os aposentados", sustentou.

Candidato. Questionado se será candidato à reeleição no pleito de outubro, Temer não respondeu nem rejeitou a ideia. "Isso é no momento oportuno. Eu penso em passar para a história como alguém que conseguiu recuperar o País", disse o emedebista, depois de brincar que iria lançar o apresentador Ratinho como candidato.