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Em nova defesa de Cristiane, Marun descarta pressionar PTB para alterar indicação

Cristiane Brasil, deputada federal (PTB-RJ) - Gilmar Felix - 30.ago.2017/Câmara dos Deputados
Cristiane Brasil, deputada federal (PTB-RJ) Imagem: Gilmar Felix - 30.ago.2017/Câmara dos Deputados

Carla Araújo

Brasília

05/02/2018 12h42

Apesar de alguns auxiliares do presidente Michel Temer (PMDB) admitirem que o ideal é que o PTB indique um novo nome no lugar da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para a vaga de ministra do Trabalho, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou nesta segunda-feira (5) que o governo não fará nenhum pedido ao partido. "Não vamos solicitar que o PTB faça qualquer alteração", disse o ministro em coletiva de imprensa.

Além de a posse da filha do deputado Roberto Jefferson estar barrada pela Justiça há um mês, no fim de semana surgiram novas acusações contra Cristiane que ampliaram o desgaste em torno de sua indicação.

Conforme revelou o jornal "O Estado de S. Paulo" no último sábado (3), Cristiane Brasil é alvo de um inquérito que apura suspeitas de tráfico de drogas e associação para o tráfico durante a campanha eleitoral de 2010. A investigação foi enviada na última sexta-feira (2) à Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, porque Cristiane possui foro privilegiado.

Além disso, no domingo, o programa Fantástico, da "TV Globo", mostrou que Cristiane foi flagrada ameaçando servidores públicos para conseguir votos na sua campanha à Câmara dos Deputados, em 2014.

Marun, que é conhecido como da tropa de choque do governo e também por suas declarações polêmicas e sempre otimistas, destacou que a deputada "não cometeu nenhum crime". "Não existe nada provado contra a ministra e nem que a denigra", afirmou.

Segundo o ministro, o governo "não tem o direito" de desistir da prerrogativa privativa do presidente da República que é nomear ministros. "Estamos numa luta maior que é pelo respeito à Constituição. Não temos o direito de desistir dela [da prerrogativa constitucional]", comentou. "O governo continua e vai continuar insistindo na prerrogativa do presidente em nomear ministros."

Questionado se valia a pena o desgaste e se o governo estaria fazendo isso por causa dos votos do partido para a reforma da Previdência, o ministro disse que o partido de Roberto Jefferson já deve dar a maioria dos votos a favor da reforma. "Os votos do PTB [para a Previdência] não são fatores marcantes para nossa decisão [de manter nomeação da ministra]."

Na semana passada, Cristiane fez sua defesa própria contra uma condenação em ações trabalhistas a bordo de um barco. Na gravação, ela permitiu que desconhecidos opinassem sobre o tema.