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Servidor acusado de desvio da Previdência parlamentar nega qualquer ilícito

Daiene Cardoso

Brasília

01/03/2018 18h29

Indiciado por peculato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, o servidor Leandro Cezar Vicentim negou nesta quinta-feira, 1º, que tenha causado prejuízo à Câmara e afirmou que tinha o consentimento dos deputados para realizar investimentos paralelos ao Plano de Seguridade Social dos Congressistas (PSSC). Por meio de seu advogado, Maurício Carneiro, o funcionário da Câmara informou que está voltando para o País nesta quinta-feira, 1º, e disse que não cometeu "qualquer tipo de ilícito".

O Departamento de Polícia Legislativa da Câmara e o Ministério Público Federal abriram uma investigação contra Vicentim por suspeita de desvio de pelo menos R$ 5 milhões da Previdência dos deputados. O servidor foi afastado do cargo no dia 2 de fevereiro e responde também a um processo administrativo disciplinar. A Secretaria de Controle Interno da Casa começou a fazer uma auditoria nas contas do plano parlamentar e suspeita-se que o rombo pode ser maior do que o registrado inicialmente.

Vicentim era o responsável por oferecer o plano de Previdência aos parlamentares. As investigações apontam que o funcionário abriu uma empresa com o nome PSSC Assessoria Ltda. e recolheu a contribuição dos parlamentares que eram pagas em boleto bancário no nome da empresa dele. Segundo o advogado, os deputados tinham investimentos com a empresa do servidor em paralelo ao plano de Previdência. "Ele não se apropriou de nada", disse Carneiro ao Estadão/Broadcast Político. O defensor disse que preferia preservar os nomes dos parlamentares que teriam negócios com seu cliente.

Carneiro enfatizou que não há "qualquer tipo de ilícito" cometido por Vicentim, seja administrativo ou penal, e que tudo ocorreu com a "anuência das partes envolvidas". De acordo com o advogado, os parlamentares tiveram "inclusive lucro" com os investimentos. "Não há qualquer tipo de prejuízo financeiro para a Câmara ou para o setor de Previdência da Casa ou tão pouco aos parlamentares", disse o advogado.