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Alckmin anuncia Tasso Jereissati como coordenador-geral de sua campanha

Renan Truffi

Brasília

20/03/2018 19h25

O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, anunciou nesta terça-feira, 20, que o coordenador-geral de sua campanha será o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). O parlamentar cearense foi presidente interino no partido no ano passado e se notabilizou por liderar o grupo dos "cabeças pretas".

Em 2017, Jereissati travou disputa pública com o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que tentava se manter no controle do partido mesmo após ser atingido por denúncias da delação da JBS. Jereissati e Aécio trocaram farpas pela imprensa e, desde então, deixaram de ser próximos.

"Como o Tasso não é candidato porque ele tem mais quatro anos de mandato (no Senado), Alckmin solicitou que ele fizesse essa mediação (na campanha). Ele (Tasso) vai trabalhar em cima do programa de governo", explicou o 2º vice-presidente do PSDB, deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP).

Tasso também causou polêmica no PSDB, no ano passado, quando colocou no ar, em cadeia de rádio e televisão, uma propaganda partidária tucana na qual o PSDB fazia uma espécie de mea-culpa por ter aderido ao "presidencialismo de cooptação" do governo Michel Temer. Na ocasião, o partido rachou e Tasso defendeu à imprensa que a sigla precisava se aproximar do "pulsar das ruas". Questionado se esse pensamento seria priorizado também na campanha de Alckmin, Tripoli respondeu positivamente. "Eu acho que o caminho é por aí", disse à reportagem.

Coincidentemente, o senador Aécio Neves foi uma das ausências na reunião da Executiva do PSDB, realizada nesta terça-feira, na sede do PSDB em Brasília. A direção da legenda decidiu hoje referendar, oficialmente, a pré-candidatura de Alckmin à Presidência. Isso porque o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, desistiu das prévias partidárias após desentendimento interno.

Como ex-presidente do PSDB, Aécio Neves tem cadeira na Executiva Nacional do partido. Apesar disso, o senador mineiro não apareceu na coletiva de imprensa convocada para formalizar a pré-candidatura de Alckmin. No evento, a maioria dos membros da direção da sigla se posicionaram atrás de Alckmin como forma de demonstração de apoio.

Alckmin aproveitou a coletiva para falar de suas propostas econômicas. Ele voltou a defender uma reforma tributária. "O modelo tributário que temos permite sonegação enorme e é entrave ao crescimento econômico do Brasil. Tem um estudo que mostra podemos ter ganho de 1% ou 2% do PIB só com a reforma tributária", argumentou.

Ele evitou, no entanto, rivalizar com o PT. "Não somos candidatos contra o PT; somos candidatos para ser instrumentos de mudança para o povo brasileiro", complementou.