Após foto com Doria, Moro nega suspeição e cita fotos de Lula com Geddel e Aécio
O advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Lula, entretanto, considerou que a decisão de Moro reforça a suspeição do magistrado. "A manifestação do juiz de primeiro grau acabou por reforçar sua suspeição ao tentar comparar sua situação a fotografias tiradas com Lula, que é ex-presidente da República e líder político, sem os deveres inerentes à magistratura", disse em nota.
Moro apresentou uma palestra em Nova York promovida pelo Grupo Lide, empresa fundada por Doria. Um dia antes, o juiz participou do jantar anual da Brazilian American Chamber of Commerce de Nova York. Durante o evento, no qual foi premiado como personalidade do ano, o magistrado posou para foto com o pré-candidato.
O fato motivou a defesa de Lula a pedir que Moro fosse afastado de casos relacionados ao petista. A defesa sustentou que a conduta do juiz da Operação Lava Jato é "incompatível com a imparcialidade e a independência que se esperam de quem deverá julgar esta causa criminal".
Ao decidir que não é suspeito para julgar Lula, Moro afirmou que Doria "não figura na diretoria da Câmara de Comércio ou no quadro executivo". "Ocorre que, como havia recebido o mesmo prêmio no ano anterior, (Doria) esteve presente no jantar, ocasião na qual foi tirada a fotografia com o ora julgador."
O juiz ainda afirmou não ter "relação especial com João Doria Jr., nem ter agido de qualquer forma para promovê-lo eleitoralmente".
Argumento
Moro ainda argumentou que "uma fotografia em evento social ou público nada significa além de que as pessoas ali presentes tiraram uma fotografia". O magistrado indicou que "é possível encontrar, na rede mundial de computadores, dezenas de fotos até mesmo" de Lula "com políticos oposicionistas, o que também não significa que, por conta da foto, eram ou se tornaram aliados políticos", citando fotos do petista com Aécio, alvo da Operação Patmos por suposta propina de R$ 2 milhões da JBS.
"Também há fotos do excipiente (Lula) com políticos atualmente presos, o que não significa necessariamente que são cúmplices na atividade criminal específica", afirmou Moro, sobre Lula, preso desde 7 de abril, ao lado de Geddel, este detido em setembro de 2017 pelo bunker de R$ 51 milhões.
Sítio
Moro suspendeu audiências no âmbito da ação penal envolvendo o sítio em Atibaia (SP), atribuído ao ex-presidente pela Lava Jato, marcadas para segunda-feira, em razão da greve dos caminhoneiros. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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