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Após 4 anos, reforma da fachada da Biblioteca Nacional é entregue no Rio

Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem
Imagem: Ana Carolina Fernandes/Folha Imagem

Roberta Jansen

Rio

19/06/2018 08h10

O centro histórico do Rio ganhou de volta, depois de quatro anos escondida sob tapumes, uma de suas maiores atrações: a Biblioteca Nacional, na Cinelândia. O prédio, construído entre 1905 e 1910 e tombado pelo patrimônio histórico, sofreu a maior obra de restauro desde que foi inaugurado, recuperando completamente a fachada.

Foram 18 meses de obras ao custo de R$ 10,7 milhões. A fachada apresentava avançado processo de deterioração. Um estudo cromático revelou a cor original, que há muito tinha se perdido, e foi reproduzida com uma pintura à base de pigmentos minerais.

Foram recuperadas as 285 janelas. Os vidros com monogramas contendo as iniciais da Biblioteca Nacional também foram recuperados e receberam filtros UV para conter o excesso de luminosidade e proteger melhor o acervo. Outros elementos decorativos também foram restaurados, como a parte de cobre da cúpula.

"É a maior obra já feita desde a inauguração e o resultado é espetacular", afirmou o diretor do Departamento de Programas Especiais do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional), Robson de Almeida, responsável pela obra. "Apesar de ter sido uma obra de fachada, literalmente, foi muito bem executada e o resultado para a cidade é visível."

A biblioteca foi considerada um marco arquitetônico quando foi inaugurada, no início do século 20, por causa de sua estrutura metálica, muito rara na época. A fachada é típica do ecletismo do fim do século XIX, misturando vários estilos históricos. "O prédio é um dos exemplares mais importantes do patrimônio nacional e sua importância torna-se maior ainda pelo acervo que abriga, a biblioteca trazida por d. João VI", afirmou Almeida.

A Biblioteca Nacional é a maior da América Latina e a sétima do mundo. O acervo original, proveniente da Real Biblioteca, foi trazido ao Brasil pela família real, em 1808, e era composto por 60 mil peças. Entre as raridades estão a primeira edição de Os Lusíadas, de 1572. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".