Rodoanel: investigação ainda não constatou participação de agente público, diz PF
Segundo o delegado João Luiz Moraes Rosa, um dos que participaram da coletiva de imprensa na sede da PF em São Paulo, ainda não se chegou a esse estágio da investigação.
O que se tem são "fortes suspeitas" de que houve sobrepreço em contratos aditivos nas obras, que podem ter resultado num prejuízo ao erário de R$ 600 milhões, segundo estimativas do Tribunal de Contas da União (TCU). "O próximo passo agora é identificar, procurar saber da veracidade dos serviços prestados pelas empresas às grandes empreiteiras, saber se as notas fiscais são verdadeiras ou não e saber qual o destino do dinheiro", disse.
Um dos alvos da operação nesta quinta-feira foi Laurence Casagrande Lourenço, diretor da Dersa entre 2011 e 2017 e atual presidente da Cesp. Segundo os procuradores e delegados, Casagrande Lourenço é suspeito pelo fato de que, como presidente, assinou os contratos aditivos suspeitos. Na coletiva, foi dito que não é possível detalhar, no momento, a situação individual de cada investigado.
Casagrande Lourenço chegou à Dersa em 2011 pelas mãos de Saulo de Castro, secretário da Casa Civil do então governador de São Paulo e atual pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB).
Na ocasião, os tucanos queriam imprimir uma imagem de maior controle e transparência sobre a pasta, que foi alvo de denúncias durante a eleição anterior depois que o seu ex-diretor, Paulo Vieira de Souza, foi acusado por suposto desvio de recursos da campanha de José Serra (PSDB). Uma de suas tarefas seria ajudar a revisão de contratos e licitações da pasta.
Ao todo, 14 dos 15 pedidos de prisão temporária foram cumpridos. O décimo quinto continua em aberto porque o acusado está em viagem ao exterior. De acordo com a procuradora Anamara Osório Silva, a depender dos documentos que forem arrecadados, prisões temporárias podem se converter em preventivas. Também foram apreendidos documentos e pelo menos R$ 100 mil e US$ 5 mil em dinheiro vivo.
A operação Pedra no Caminho é desdobramento de uma investigação iniciada em 2016 pela Delegacia de Combate à Corrupção da Polícia Federal em São Paulo. A participação da força-tarefa da Lava Jato se deu depois, afirmou a procuradora Thamea Danelon, quando foi constatado "o mesmo modus operandi das empreiteiras e fatos já trazidos por outros colaboradores que ainda estão sob sigilo".
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