PGR investiga se delator da Lava Jato descumpriu acordo e voltou ao crime
Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal, a PGR recorda que, entre as hipóteses de rescisão do acordo, fechado em junho de 2015, foi elencada a prática de qualquer "crime doloso pelo colaborador após a homologação judicial".
Ceará atuava na Lava Jato com o doleiro Alberto Youssef.
Em maio deste ano, Ceará foi alvo de um decreto de prisão preventiva da 23ª Vara Criminal Federal da Subseção Judiciária de Curitiba. Na ocasião, a Polícia Federal prendeu oito investigados da Operação Efeito Dominó, que apura lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas.
"No curso da investigação, foram identificados terminais utilizados por possíveis doleiros que manteriam relação com a organização, criminosa, logrando-se identificar áudios enviados por Carlos Alexandre em oito transações suspeitas, entre dezembro de 2016 e abril de 2017", afirma a PGR no comunicado ao STF, assinado em 21 de junho e protocolado na Corte nesta quarta-feira, 4.
Caso a PGR peça a rescisão do acordo de colaboração, caberá ao ministro Edson Fachin analisar o pedido.
Em sua delação, Ceará citou políticos como os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Aécio Neves (PSDB-MG) e Fernando Collor (PTC-AL).
Nos casos de Aécio e Randolfe o STF arquivou os trechos de delação por ausência de indícios mínimos para o prosseguimentos das investigações.
A PGR já pediu ao ministro Fachin para homologar a rescisão do acordo de quatro colaboradores do grupo J&F.
Segundo a Procuradoria, Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva omitiram informações ao fechar a delação com a PGR. O ministro ainda não decidiu sobre esses pedidos.
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