PGR vê indícios de atuação de Lindbergh em favor da OAS
A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) em que afirma haver indícios de que o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) atuou em favor da empreiteira OAS no trâmite de uma medida provisória da época do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Broadcast Político.
A suspeita é de que o parlamentar tenha recebido cerca de R$ 700 mil, entre 2013 e 2014, para defender os interesses da OAS durante o trâmite da MP 600/2012, que tratou sobre as licitações de obras em aeroportos.
Segundo a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, há indícios de que Lindbergh teria influenciado Dilma na propositura dos vetos parciais, para favorecer os interesses da OAS. A MP foi convertida e sancionada como lei em junho de 2013.
Dodge repassou as informações ao STF em manifestação para que o inquérito continue tramitando na Suprema Corte. O Broadcast Político apurou que o ministro Celso de Mello, relator do processo, aceitou o pedido da PGR e enviou o inquérito à Polícia Federal para conclusão das apurações.
Mensagens encontradas pela PF no telefone celular do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, apontam agendamentos de encontros com o parlamentar para tratar da MP. Segundo O Globo, os investigadores colheram indícios de que a OAS repassou ao menos R$ 700 mil a Lindbergh através de pagamentos de serviços de publicidade em caixa dois.
O parlamentar disputou o cargo de governador do Rio de Janeiro em 2014 pelo PT. Na ocasião, foi reeleito Luiz Fernando Pezão, do MDB.
Defesa
Em posts publicados em sua conta no Twitter, Lindbergh Farias afirmou ser vítima de fake news por parte da Rede Globo por ser um dos apoiadores mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi condenado em segunda instância no caso do tríplex do Guarujá e está preso desde o dia 7 de abril em Curitiba.
"Eles insinuam que eu teria trabalhado a favor de uma MP que supostamente interessaria a OAS. Mas, como eu poderia ter feito isso se: 1) não era responsável pela elaboração dessa medida; 2) não participei da comissão do Senado que a discutiu; e 3) nem sequer participei da votação da MP?", escreveu o senador. "Eles não se deram nem ao trabalho de apurar esses fatos antes de tentarem manchar o meu nome mais uma vez com essa insinuação mentirosa e absurda".
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