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Meirelles diz que matou crise no peito e consertou 'erros da Dilma'

Vera Rosa

Brasília

20/07/2018 21h26

Um dia após o Centrão anunciar apoio ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições 2018, o pré-candidato do MDB, Henrique Meirelles, intensificou a estratégia de enfrentamento aos adversários, desta vez com foco na economia. Em novo vídeo para as redes sociais, o ex-ministro da Fazenda diz que matou a crise "no peito" e consertou "erros" da presidente cassada Dilma Rousseff.

O filme mostra imagens antigas e sobrepostas de Alckmin, Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede) criticando a falta de crescimento, a inflação alta e apontando os problemas do País, quando um narrador pergunta em que lugar eles estavam no momento em que a economia desandou.

"Você já reparou que todos os candidatos agora têm soluções mágicas para a economia?", indaga o locutor. "Mas onde estavam eles quando você mais precisou? O que o Ciro fez pra salvar o País? E o Bolsonaro, qual foi a proposta dele? Você se lembra da Marina falar algo? E o Alckmin, apontou algum caminho?"

Em seguida, após a pergunta "o que fez o Meirelles?", o ex-ministro da Fazenda aparece vestindo o figurino de candidato. "Eu? Eu matei no peito e fui tirar o Brasil da UTI", responde ele. "Fui lá consertar os erros da Dilma. Agora estou aqui para fazer o País que você e eu queremos! É só me chamar."

Pesquisas da campanha de Meirelles - que tem 1% das intenções de voto - revelam que ele ganha algum apoio quando seu nome é associado ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato. O ex-titular da Fazenda no governo de Michel Temer comandou o Banco Central nas duas gestões de Lula (de 2003 a 2010), que hoje briga para ser candidato.

As mesmas sondagens indicam, no entanto, que Dilma ainda sofre forte rejeição. Diante desse quadro, a campanha do MDB decidiu atacar a petista, mostrando Meirelles como uma espécie de "salvador".

O novo vídeo, porém, foi divulgado no mesmo dia em que a equipe econômica reduziu de 2,5% para 1,6% a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018. A projeção de inflação para este ano também foi revisada, de 3,4% para 4,2%. Além disso, o desemprego voltou a subir no início deste ano.

A quem lhe pergunta se esse cenário não atrapalha o seu discurso, Meirelles sempre responde que a desaceleração econômica, hoje, é fruto da "incerteza" em relação às propostas de "alguns candidatos" ao Palácio do Planalto.