Para juízes e analistas, colocar a Justiça na 'caixinha' é um risco
Gilberto Amendola
São Paulo
25/07/2018 11h43
"Isso faz parte da reação de parte da política ao trabalho de juízes independentes. O mundo político precisa entender que o país precisa e quer trilhar outro caminho", avalia Fausto De Sanctis, desembargador do Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
Em entrevista concedida ao programa Resenha, da TV Difusora, no Maranhão, no dia 16 deste mês, e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo nesta quarta-feira, 25, o candidato do PDT afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato, só teria chance de sair da cadeia se ele (Ciro) fosse eleito.
"Só tem chance de sair da cadeia se a gente assumir o poder e organizar a carga. Botar juiz para voltar para a caixinha dele, botar o Ministério Público para voltar para a caixinha dele e restaurar a autoridade do poder político", afirmou Ciro.
Ciro tentava explicar a estratégia do PT em insistir na candidatura de Lula - mesmo após a condenação em segunda instância da Justiça e prisão.
Durante fórum promovido pelo jornal nesta quarta-feira, com a participação de juízes, advogados e economistas, as declarações repercutiram. "Se ele fizer isso, ele segue o caminho da Venezuela e de outros países totalitários. Mas parto da hipótese que o Brasil já escolheu a via democrática", disse a economista Maria Cristina Pinotti.