'Nem esquerda, nem direita, nem de centro'
Um grupo de cinco mulheres e quatro homens, com idades entre 22 e 55 anos, recebeu a reportagem na sede paulista do partido, instalada em uma casa no bairro da Vila Mariana.
O professor Fernando Oliveira, de 38 anos, ex-militante do PT e PSOL, usou um neologismo para classificar a linha política da Rede: "sustentabilista e progressista". "O centro é uma farsa. É a posição de quem não tem posição", emendou o também professor universitário Zysmam Meiman.
Dirigentes da legenda chegaram a participar de encontros do movimento pluripartidário batizado "Polo Democrático", que tentou unificar o centro em torno de uma única candidatura presidencial. A conversa com a Rede, porém, não prosperou.
Os ativistas ignoram as dificuldades de governar sem alianças no sistema presidencialista. Sem explicar como conseguiriam formar maioria congressual, falam em criar "outra forma de fazer política". O "sistema" teria infinitas possibilidades, não só na direita, na esquerda ou no centro.
Para Zé Gustavo, de 28 anos, ex-porta-voz nacional da Rede, a dificuldade será ganhar a eleição, não governar. A trajetória dos "marineiros" presentes é uma mostra do caldo de cultura que formou o partido de Marina. Três deles foram do PT, uma foi filiada ao PCB e outro não lembra em quem votou em 2006. Os demais estão vivendo a primeira experiência partidária.
Os militantes brincam que, para os "de direita", Marina nunca deixou de ser petista; para os "de esquerda", é uma traidora. Eles rechaçam que a candidata da Rede esteja isolada na disputa presidencial - apesar da dificuldade em formar alianças - e negam que Marina comande o partido com mão de ferro.
Os "marineiros" que passaram pelo PT lamentaram a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas exaltaram a Lava Jato. No fim do debate, os militantes fizeram uma autocrítica: o discurso de Marina precisa fugir do discurso pejorativamente chamado "marinês." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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