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Alckmin critica reajuste do STF: 'momento não é adequado'

Renan Truffi e Lorenna Rodrigues

Brasília

14/08/2018 20h14

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, criticou nesta terça-feira, 14, a aprovação de uma proposta de reajuste por parte dos ministros do Supremo Tribunal Federal para seus próprios salários, como foi decidido em sessão na semana passada. Alckmin reconheceu que os ministros da Suprema Corte estão sem aumento "há um bom tempo", mas disse que os magistrados deveriam dar o exemplo.

"Problema do reajuste não são os 11 ministros do STF e, sim, o efeito cascata. O reajuste tem grande impacto porque você tem vinculações que não deveriam existir. Claro que o momento não é adequado e quem está no topo da pirâmide deve dar o exemplo", disse, sem responder se vetaria a proposta, caso fosse presidente da República. "Vamos aguardar", emendou.

Alckmin também confirmou presença em depoimento marcado pelo Ministério Público de São Paulo, nesta quarta-feira, 15. A convocação tem relação com inquérito que o investiga por suspeita de improbidade administrativa pelo suposto recebimento de R$ 10,3 milhões de caixa 2 da Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014 ao governo do Estado. A investigação está sob sigilo.

"Vou (ao depoimento), claro. É dever de quem está na vida pública a transparência total", disse. Esta é a primeira vez que o pré-candidato do PSDB à Presidência da República é notificado a depor em São Paulo sobre as delações da Odebrecht no âmbito da Operação Lava Jato. Alckmin já prestou depoimento por escrito sobre o mesmo fato em outro inquérito que tramitava no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi remetido para Justiça Eleitoral paulista em abril, depois que dele renunciou ao governo para disputar a eleição e perdeu o foro privilegiado.