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Marina visita agricultores e é pressionada por políticas ao pequeno produtor

Cristian Favaro

São Paulo

22/08/2018 20h14

A candidata ao Planalto pela Rede, Marina Silva, foi bastante pressionada por integrantes da Cooperativa Agroecológica de Produtores Rurais de Água Limpa da Região Sul de São Paulo (Cooperapas), nesta quarta-feira, 22. O tema agricultura familiar tem lugar de destaque entre as propostas da candidata. Em Parelheiros, na sede da cooperativa, Marina prometeu mais políticas ao setor, sobretudo programas de aquisição de alimentos pelo governo e a ampliação da participação deles na merenda escolar.

Os agricultores, entretanto, pareceram céticos ou ouvir as propostas e citaram diversas burocracias do setor. "É tudo uma coisa leva a outra. Não se tem regularização fundiária. Não se consegue entrar no programa de aquisição de alimentos", disse uma agricultora.

Na ocasião, Eduardo Jorge, vice de Marina e conhecido na comunidade, saiu em defesa de sua aliada. "Uma coisa muito importante é que o candidato a presidente tem condição de orientar. Vai trabalhar com os Estados e municípios. Não pode também pensar que Brasília vai resolver tudo. Mas com a orientação do governo federal e o diálogo com os Estados e municípios a gente chega perto de todas as famílias", argumentou. "Isso é uma determinação que ela (Marina) pode ajudar muito", disse.

Marina fez um discurso em defesa da agricultura familiar e sua importância na geração de emprego e abastecimento de alimentos. "O nosso programa de governo prioriza assistência técnica, o crédito acessível para os agricultores familiares e os agroecológicos. Também priorizamos tecnologias adequadas feitas pela Embrapa, além do fortalecimento de aquisição de alimentos e os programas de alimentos da agricultura familiar nas escolas, porque isso dá apoio para o agricultor ter como vender sua produção", defendeu.

Ernesto Oyama, agricultor da região e primeiro presidente da cooperativa que recebeu Marina, disse que as políticas do setor são restritivas. "Falta política agrícola para os pequenos", argumentou.

Já Valéria Maria Macoratti, presidente da Cooperapas, disse a Marina que buscou bancos para financiar um trator de pequeno porte para sua propriedade, sem sucesso. "Eu disse para o gerente: eu não estou te pedindo de presente. Eu tenho braço, sou forte, quero trabalhar", disse.

"As pautas para ajudar no desenvolvimento da região são simples, mas precisa de vontade", argumentou o também agricultor da cooperativa Arpad Spalding. Questionado sobre as dificuldades de se por em prática tais medidas e se Marina seria capaz de executá-las, titubeou: "Eu acho que... não faço a menor ideia", sorriu, e emendou: "Eduardo Jorge conhece a região há bastante tempo e teve um papel importante, eu acho que ele vai ter esse olhar sempre. Vai ajudar, com certeza", disse, destacando também a presença de Marina.